"O meu filho de 13 anos matou a irmã a sangue frio"
Charity Lee conta como é ser mãe de um sociopata.
© Facebook / Charity Lee
Mundo Estados Unidos
Se há pessoas que nasceram para sofrer, Charity Lee é com certeza um desses casos. Quando tinha apenas seis anos, a mãe matou o pai a tiro em casa, no estado norte-americano do Texas. Apesar de mais tarde a mãe ter sido absolvida, Charity nunca esqueceu este momento e desenvolveu tanto problemas de saúde mental como um vício em estupefacientes. Só que o pior ainda estava para vir.
Passados uns anos, tudo parecia ter acalmado. Quando tinha 18 anos, a norte-americana conseguiu parar de consumir drogas e tirou o curso de Ecologia Humana, para conseguir analisar a reação das pessoas ao ambiente.
Enquanto estava a tirar a licenciatura, já com 20 anos, Charity ficou grávida de Paris, algo que diz ter dado um novo fôlego à sua vida.
Tudo estava a correr bem. Nove anos depois, a jovem engravidou novamente e, desta vez, teve uma menina a quem chamou Ella.
“Paris parecia realmente amar muito Ella e Ella adorava Paris”, garantiu Charity, esta semana, em entrevista à BBC.
Só que, no dia 4 de fevereiro de 2007, quatro anos depois de Ella nascer, tudo mudou. Charity saiu para o trabalho depois de a baby-sitter chegar para cuidar das crianças. Paris parecia irritado, mas a norte-americana desvalorizou. “Não é incomum os adolescentes estarem chateados com os pais”, explica.
Apesar disso, Charity deu um abraço a Paris antes de sair de casa e disse que o amava. Abraçou também Ella e foi trabalhar descansada.
Até que, pouco depois da meia-noite, quando estava a fechar o restaurante onde era empregada, a polícia deu-lhe a pior notícia da sua vida. Ella tinha sido morta com 17 facadas e o assassino era o filho, de 13 anos.
Apesar do choque, no início, Charity tentou apoiar o filho acreditando que este tinha tido um “surto psicótico”. Contudo, Paris revelou na prisão uma personalidade bem diferente da que tinha em casa.
Quando foi condenado, a 40 anos de prisão, ficou provado que o adolescente quis realmente matar a irmã e que queria, inclusive, matar a mãe também.
“Foste muito estúpida. Todos estes anos, todos achavam que eu era inteligente, bonito e artístico... mas vocês estavam todos errados. Só te deixei viver porque percebi que, depois de matar a Ella, tu irias sofrer muito mais”, disse Paris à mãe numa das visitas desta à prisão.
Paris está preso há 11 anos. Quando tiver 50 anos vai sair da cadeia, algo que assusta Charity.
“Claro que tenho medo. O meu filho matou a irmã a sangue frio quando tinha 13 anos. Ele é muito frio, calculista, inteligente. [Matar a irmã] não foi um impulso. Ele escolheu, conscientemente, matar Ella porque sabia que isso causaria um dano maior”, contou na mesma entrevista.
Apesar do receio e da tristeza, Charity continua a visitar Paris na prisão e revela: "o miúdo é um sociopata, sem dúvida, mas eu amo-o incondicionalmente, ele é meu filho”.
Enquanto passava por este "pesadelo", Charity criou uma fundação chamada ELLA, onde as letras do nome da filha também significam, em inglês, Empatia, Amor, Lições e Ação. A ELLA Foundation tem como objetivo ajudar vítimas de crimes violentos.
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