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Presidente da Guiné Equatorial pede a Espanha "para não sair" do país

O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, pediu hoje à Espanha "que não deixe" o seu país, sublinhando que o seu país constitui "uma ponte ou entrada" para o continente africano.

Presidente da Guiné Equatorial pede a Espanha "para não sair" do país
Notícias ao Minuto

17:45 - 10/10/18 por Lusa

Mundo Ponte

"A Espanha tem uma dívida" para com a sua antiga colónia. "Não precisa de fugir da Guiné-Equatorial", referiu Obiang na cerimónia de entrega de um prémio concedido por uma entidade espanhola, celebrado no Palácio de Congressos de Sipopo, a cerca de doze quilómetros de Malabo, capital da Guiné Equatorial.

Teodoro Obiang recebeu o 'Gold Master', concedido pela organização Real Fórum de Alta Administração.

Perante uma plateia de membros do Governo e representantes do corpo diplomático acreditado, em Malabo, o Presidente aceitou o prémio com "grande satisfação" e indicou que "a Guiné Equatorial é um país de origem hispânica".

"Não conheço outro país africano que se expresse, como nós, em espanhol. A Espanha deve sentir-se orgulhosa", afirmou Obiang, declarando-se "disposto a representar os países hispânicos na África".

O chefe de Estado reafirmou a defesa da língua espanhola perante as instituições africanas", uma língua que "não é apenas a língua da Espanha, mas também da Guiné Equatorial", um país que aderiu à Comunidade de Países de Língua Portuguesa em 2013.

"Não fazemos isso pela Espanha, mas pela cultura que é comum a nós", afirmou, acrescentando que os cidadãos do país não sentem "nem complexos nem vegonha de se expressarem em espanhol".

Por seu turno, o presidente do Fórum Real, Carlos Escudero de Burón, disse que o prémio "reconhece a República da Guiné Equatorial na pessoa do seu Presidente", assim como a "trajetória política e pessoal" de Obiang enquadrada no "seu esforço diário pela sua nação".

"Nós fomos o mesmo país durante 200 anos", disse Carlos Escudero de Burón à agência noticiosa Efe, explicando que o Fórum Real quer juntar essa distinção ao cinquentenário da independência da Guiné Equatorial.

O presidente do Real Fórum destacou que a "liderança" de Obiang, que "podendo ser questionada ou não", conseguiu "transformar um país" com o desenvolvimento de infraestruturas.

Desde que chegou ao poder depois de derrubar o seu tio Francisco Macías, Obiang, de 76 anos, manteve com sucessivos governos espanhóis uma relação diplomática difícil marcada por queixas mútuas e altos e baixos.

O regime de Obiang é considerado um dos mais repressivos de África.

A Guiné Equatorial, terceira produtora de petróleo da África Subsaariana, desenvolveu diferentes infraestruturas, muitas construídas nos últimos anos por empresas chinesas.

No entanto, uma grande parte da população não beneficiou dessa riqueza e vive na pobreza.

Criado em 1982, o Fórum Real de Alta Direção, sob a presidência de honra do Rei Espanhol Emérito Juan Carlos I, pretende ser uma plataforma para a convergência de opiniões e ideias para a defesa dos direitos cívicos e profissionais dos seus associados.

Malabo, capital da Guiné Equatorial, tornou-se independente a 12 de outubro de 1968.

A Guiné-Equatorial, país com cerca de um milhão de habitantes, é dirigida desde agosto de 1979 por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que detém o recorde de longevidade no poder em África.

Teodoro Obiang foi reeleito em 2016 com mais de 90% dos votos para um quinto mandato de sete anos.

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