Trovoada ausente de debate por recusar entrar "num cesto de cobras"
O candidato da Ação Democrática Independente (ADI, partido no poder) às eleições legislativas de domingo, Patrice Trovoada, justificou hoje a sua ausência de um debate promovido pela sociedade civil por recusar entrar "num cesto de cobras".
© Lusa
Mundo São Tomé e Príncipe
"Nós não receamos debate, mas é preciso sermos sérios. Não podemos agradar, como eu digo, a um cesto cheio de cobras, ninguém me obriga a entrar no cesto", afirmou o primeiro-ministro cessante, num vídeo publicado hoje de manhã na rede social Facebook, último dia da campanha eleitoral para as legislativas e autárquicas e regional do Príncipe.
Na quarta-feira passada, o líder do partido ADI foi o único ausente de um debate organizado pela sociedade civil, e que ficou reduzido à oposição, com a presença de Jorge Bom Jesus, cabeça-de-lista do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -- Partido Social Democrata (MLSTP-PSD, maior partido da oposição); Arlindo Carvalho, líder da coligação composta pelo Partido da Convergência Democrática (PCD), a União para a Democracia e Desenvolvimento (UDD), e o Movimento Democrático Força da Mudança (MDFM); Elsa Garrido (Movimento Social Democrata -- Partido Verde) e Martinho Stock (Força do Povo).
Na ocasião, os partidos da oposição criticaram a ausência de Patrice Trovoada.
"É preciso estarmos no país real. O mandatário da nossa candidatura não foi chamado. [O debate] não foi negociado entre representantes das candidaturas. Os moderadores não são objeto de um consenso. Pelo amor de Deus, alguns são comissários políticos da oposição", comentou hoje Patrice Trovoada.
O presidente recordou que, nas eleições legislativas de 2014, participou num debate na TVS, televisão estatal.
"Nós não temos medo de debate, mas um debate tem regras e aquilo a que nós assistimos é mais uma manipulação", disse.
O candidato às legislativas de domingo acrescentou: "E nós temos de parar com a manipulação. Tentam colocar o ADI como sendo um partido que não é tolerante, que não é dialogante, que recusa o debate e que está a preparar a fraude".
Patrice Trovoada recordou que uma auditoria realizada ao sistema de votação "disse que não há qualquer intenção de fraude".
"Vamos deixar de mentiras e de desrespeitar a inteligência do povo. Aqui no nosso país não há muita margem para fraude. Toda a gente internacionalmente reconhece o caráter justo, livre das eleições em São Tomé e Príncipe", sublinhou.
O primeiro-ministro cessante negou também alegações da oposição de que teria dado instruções aos serviços alfandegários para bloquear material de propaganda eleitoral dos diferentes partidos.
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