O assunto foi discutido com os ministros da Defesa, da Segurança, das Minas e Energia, Educação e com o responsável do Gabinete de Segurança da Presidência, entre outros.

A reunião foi convocada depois de este sábado habitantes de Pacaraima se manifestarem contra a presença dos imigrantes venezuelanos, tendo-os expulsado das suas tendas precárias de campanha e incendiado os seus objetos pessoais.

O protesto obrigou à intervenção da polícia que deteve alguns manifestantes que também bloquearam durante cinco horas a estrada de entrada na cidade.

Pacaraima é uma pequena localidade de 12 mil habitantes, no estado de Roraima, que no último ano e meio se transformou na principal porta de entrada dos venezuelanos que decidem abandonar o seu país.

Os protestos começaram na sequência de um assalto a um conhecido comerciante local, alegadamente cometido por um grupo de venezuelanos, segundo informou o governo regional em comunicado.

Num dos vídeos das manifestações divulgados nas redes sociais ouve-se um brasileiro dizer que "estão a expulsar os venezuelanos" e "fora venezuelanos".

De acordo com informação divulgada por meios de comunicação locais, algumas famílias venezuelanas decidiram regressar ao seu país, por causa dos incidentes.

As autoridades brasileiras estimam que no último ano e meio tenham entrado no Brasil por via terrestre cerca de 50 mil venezuelanos e que cerca de 400 cruzam diariamente a fronteira.

Desses 50 mil, cerca de metade estão na cidade de Boa Vista, a capital de Roraima, estado declarado em "situação de vulnerabilidade" desde o passado 15 de fevereiro por Michel Temer, que pôs em marcha uma série de medidas humanitárias.

No entanto, o Governo de Roraima considera essas iniciativas insuficientes e no sábado pediu um reforço policial para a região e voltou a solicitar o encerramento temporário da fronteira para evitar a saturação dos serviços públicos.

O Ministério da Segurança Pública do Brasil prometeu enviar 60 soldados adicionais que se juntarão, na segunda-feira, à tropa que já está no local.

As Nações Unidas estimam que 2,3 milhões de venezuelanos saíram do seu país, fugindo da pobreza e à procura de trabalho.