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"Cobarde". Meses depois, agente armado em massacre na Florida fala

"Estava lá para proteger e perdi 17 pessoas".

"Cobarde". Meses depois, agente armado em massacre na Florida fala
Notícias ao Minuto

16:29 - 04/06/18 por Notícias Ao Minuto

Mundo Scot Peterson

No fim do dia, resume-se a isto: "Ou és cobarde ou herói". As palavras são de  Scot Peterson, agente com mais de 30 anos de serviço que viu a sua vida mudar à conta de sete minutos, dia 14 de fevereiro deste ano.

Os sete minutos em causa são o tempo que durou o massacre numa escola em Parkland, na Florida, quando um antigo aluno entrou no liceu Marjory Stoneman Douglas e matou 17 pessoas, entre elas vários alunos.

Scot Peterson era na altura o único agente armado na escola, um serviço que desempenhara naquela escola durante a década anterior sem incidentes de maior.

No dia 14 de fevereiro, recorda, estava de serviço quando o tiroteio começou. Conta que ajudou a encaminhar alunos para fora da escola e que chamou reforços.

Mas ao Washginton Post, jornal a que deu a primeira entrevista desde que tudo aconteceu, admitiu que desde então tem passado os dias a analisar tudo o que aconteceu. O objetivo? Tentar perceber o que poderia ter feito de diferente.

"Estava lá para proteger e perdi 17 pessoas", admite numa entrevista em que é confrontado com o seu próprio passado.

Scot Peterson estava armado mas não chegou a confrontar o atirador. Foi afastado do trabalho, foi criticado publicamente pelo seu antigo chefe na polícia, foi processado pelo pai de uma das vítimas e nem o presidente Donald Trump, que chegou a dizer que se tivesse estado na escola teria enfrentado o atirador, o poupou. "Cobarde", chamaram-lhe.

À porta de sua casa teve jornalistas durante vários dias. Escondia-se em casa e, quando precisava de sair, contava com a ajuda de vizinhos que o deixavam sair pelas traseiras sem ser notado.

Ao Washington Post, Scot Peterson, de 55 anos, admite viver ainda atormentado pela dúvida. "Já revi aquele dia mil vezes a pensei num milhão de cenários 'e se', mas no fim do dia estava lá para proteger e perdi 17 pessoas". E mesmo quando um vizinho sai em sua defesa, dizendo que a culpa não é toda dele, reforça: "Mas é essa a perceção. Ou és um herói ou um cobarde, e é isso".

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