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Elegância é muito mais do que boas maneiras. "É pensar no outro"

Foram 25 anos a observar o mundo à sua volta, 25 anos a atentar a pormenores. Foram 25 anos de anotações que deram, agora, vida ao 'Manual do Lorde', um livro de etiqueta assinado por Fabrizio Rollo. O Lifestyle ao Minuto esteve à conversa com o arquiteto e estilista de revistas como a Vogue e Harper's Bazaar Brasil.

Elegância é muito mais do que boas maneiras. "É pensar no outro"
Notícias ao Minuto

07:55 - 11/12/17 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Fabrizio Rollo

"Em situações rotineiras, como o trânsito, o elevador, a fila da farmácia ou supermercado, elegância é colocar-se em segundo lugar, deixando o outro em primeiro". Mas não é só elegância, é uma das muitas boas maneiras que se foram perdendo com o tempo.

Quem o diz é Fabrizio Rollo, arquiteto e ex-estilista de revistas como a Vogue e Harper's Bazaar Brasil que esteve à conversa com o Lifestyle ao Minuto sobre o seu recém-editado livro 'Manual do Lorde' [Ideia-Fixa].

Fabrizio reuniu "33 Moleskines [cadernos de marca italiana] com muitas anotações, mas sem o rigor de colocar a data ou o horário", anotações essas que aconteceram nos últimos 25 anos e que incluem boas maneiras, dicas de moda masculina e feminina e ainda umas tantas sugestões de etiqueta e, claro, decoração de interiores.

"Comecei o livro há 25 anos, quando comecei a trabalhar como estilista na revista Vogue Brasil, embora seja arquiteto e trabalhe hoje com arquitetura. Quando me iniciei no jornalismo, uma pessoa aconselhou-me a anotar num caderninho todas as ideias que tivesse. No minuto em que ouvi essa sugestão, soube que, um dia, iria fazer um livro, tive essa certeza", conta-nos.

Notícias ao MinutoManual do Lorde© Ideia-Fixa

"A mente é muito traiçoeira, da mesma maneira que a mente cria, também esquece e são tantas as criações que, às vezes, não as conseguimos encontrar de novo. Vinha a ideia e anotava. Muitas das ideias acabei por perder porque não anotei", revela, destacando: "Vi que frases que escrevia há 25 anos continuam válidas nos dias de hoje, mas outras talvez não. É uma visão de etiqueta, de educação, de comportamento atualizada, então, muito mais do que falar do tradicional que se encontra noutros livros de etiqueta, quis atualizar isso".

Elegância de ser elegante

Fabrizio Rollo começa o seu livro com uma série de definições de elegância dadas por celebridades mais ou menos conhecidas do mundo da moda, do estilo e da arquitetura.

Sabendo que se trata de um conceito altamente subjetivo e refém dos tempos modernos - afinal, diz, "a elegância é um termo que saiu um pouco de moda" -, Fabrizio não hesita em dizer que "o que está acima da elegância é a beleza, a estética", embora admita que tenha "uma procura pela estética e beleza maior do que a procura por ser elegante".

Mas a elegância é muito mais do que a beleza exterior, a capa que muitas pessoas vestem e a máscara que colocam. A elegância, frisa, é ser autêntico e "pensar no outro".

"Primeiro, é preciso querer ser autêntico, mas para isso é preciso seguir aquela frase 'conhece-te a ti mesmo'. Quanto mais a pessoa se conhecer, mais a pessoa descobre características que lhe são únicas e deixa de agir baseado num padrão estabelecido. Tem de haver um autoconhecimento. As pessoas não se conhecem".

Por estar lado a lado com as boas maneiras - que se fundem entre culturas e se perdem entre gerações -, Fabrizio Rollo dá a conhecer no seu livro um vasto conjunto de dicas, sugestões e alertas que espelham que nem sempre pensamos no outro e que esse esquecimento por quem vem a seguir é nada mais do que o espelho da falta de elegância.

E a casa de banho pública é um dos exemplos mais flagrantes no seu livro. "Após o uso, o papel higiénico deve ser obrigatoriamente dobrado ao meio para esconder eventuais traços de uso", escreve o arquiteto, mas isso nem sempre acontece. "O papel higiénico deve ficar todo dobrado como se fosse um origami. Infelizmente as pessoas deixam tudo com o 'paté' à mostra. Isto é elegância, é pensar também no outro. Estas delicadezas é que fazem a pessoa elegante, porque não pensa só em si".

"Um outro grande exemplo de falta de elegância e de higiene é a casa de banho de avião, a pessoa que sai não se preocupa em deixar tudo limpo, são detalhes que as pessoas foram perdendo. E foram perdendo por muitas razões e uma delas é comportamental no mundo", frisa.

Para Fabrizio, as pessoas até estão conscientes do que é preciso para se ser elegante, para se ter boas maneiras e, sobretudo, para respeitar o outro, mas do saber ao fazer, destaca, há ainda um longo caminho pela frente.

"Hoje, o ser humano tem um ego que cresce absurdamente e quando o ego cresce e a pessoa se sente superior não se preocupa com o outro e isto é resultado da globalização, da autosuficiência que faz crescer o ego no sentido do eu sei, eu posso", remata.

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