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Cortar nos hidratos ajuda a perder peso, mas conhece as consequências?

Muitos desportistas recorrem a esta técnica, mas a restrição prolongada de hidratos de carbono tem consequências de que geralmente não se fala.

Cortar nos hidratos ajuda a perder peso, mas conhece as consequências?
Notícias ao Minuto

07:41 - 04/10/17 por Vânia Marinho

Lifestyle Sérgio Veloso

"A restrição de hidratos de carbono tem o seu lugar na ‘Nutrição Desportiva’, em particular quando os objetivos são estéticos ou uma perda de peso rápida – em desportos de combate por exemplo", conta Sérgio Veloso, licenciado em Biologia Celular, mestre em Biologia Humana e especialista em Metabolismo, Obesidade e Nutrição Desportiva.

No entanto, isto faz-se “não por ser mais favorável na perda de massa gorda, mas por permitir uma maior perda de água por redução do glicogénio e pela diminuição dos níveis de insulina, responsável também pela retenção de sódio a nível renal”.

Sérgio Veloso, que vai moderar a principal mesa redonda onde as novas linhas de investigação em nutrição evolutiva serão discutidas, durante a II Conferência Internacional de Nutrição Evolutiva, que se realiza no dia 12 de outubro no hotel InterContinental em Lisboa, sublinha que “independentemente da dieta ser restrita em hidratos de carbono ou não, o que conta é a restrição energética. O défice criado entre o que é ingerido e gasto”.

No entanto, refere o também autor do blogue Fat New World, “é importante lembrar que os desportos de alta intensidade e contra carga externa são essencialmente dependentes de hidratos de carbono na sua execução”.

A restrição prolongada leva geralmente a perda de performance, e também a alterações hormonais que decorrem dessa mesma privação”, sublinha.

Explica que “a leptina é das principais hormonas afetadas, assim como um aumento do cortisol, com todas as implicações que daí derivam – diminuição das hormonas sexuais, perda de densidade mineral óssea, distúrbios menstruais no caso das mulheres, redução da taxa metabólica, fadiga, estados depressivos, perda de libido, entre muitos outros efeitos”.

Diria que é difícil manter um equilíbrio hormonal favorável em praticantes de desportos de alta intensidade com ingestões de hidratos de carbono abaixo das três a quatro gr/kg”, comenta o especialista.

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