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Consolidação bancária permitirá "reganhar confiança perdida no setor"

O presidente do Conselho de Administração do Banco BIG, Carlos Rodrigues, afirmou hoje que uma consolidação bancária em Portugal permitirá "projetar um maior crescimento da economia", "reganhar a confiança perdida no setor" e criar instituições "sustentáveis e lucrativas".

Consolidação bancária permitirá "reganhar confiança perdida no setor"
Notícias ao Minuto

18:06 - 25/02/16 por Lusa

Economia Banco

"Tenho alguma dificuldade em aceitar que, juntando as capacidades que temos, não consigamos estruturar um desenho do sistema que resta para termos um sistema bancário público e privado que possa ajudar a projetar um maior crescimento da economia e reganhar a confiança que foi perdida, em muitos casos, no setor bancário", disse Carlos Rodrigues em declarações aos jornalistas no final de um almoço-debate em que participou no Porto.

À margem da iniciativa, organizada pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) e intitulada "A Destruição do Capital Nacional na Banca Portuguesa. Banca: Negócio Sustentável? Que futuro? Que modelo?", o presidente do Banco BIG considerou que, apesar dos casos que têm abalado o sistema bancário nacional, é possível "reformatar o sistema e restabelecer as bases para um novo desenho do setor financeiro em Portugal que seja mais resiliente, competitivo e permita ter um sistema bancário com algum capital português".

Contudo, disse, este desenho pressupõe "quase inevitavelmente" uma consolidação, "até porque a capitalização do setor é extremamente frágil".

Algo que atribui, em parte, aos condicionalismos decorrentes do programa de ajuda financeira a que o país esteve sujeito nos últimos anos, mas que admite que já vinha "de trás", devido ao "modelo de negócio" do sistema bancário, caracterizado por um "nível de custos altos" e por uma expansão de "ativos, agências e investimentos a um nível francamente superior ao crescimento do PIB [Produto Interno Bruto], durante décadas".

"Acho que estamos, hoje, prestes a chegar ao fim de um processo que deveria merecer uma análise aprofundada para aprendermos com os erros que fizemos e com as coisas que correram bem e não termos medo de reformatar o nosso sistema", sustentou Carlos Rodrigues.

Defendendo que "os 'players' do mercado, mas também os reguladores, os supervisores e a parte política" se "sentem" e, com "alguma humildade e pouco narcisismo", debatam as "múltiplas soluções" possíveis, o banqueiro apontou como exemplos a estudar os casos espanhol, americano ou inglês.

"Os nossos parceiros aqui ao lado, em Espanha, fizeram-no lindamente, os americanos fizeram-no à maneira deles e muito rapidamente, e os ingleses fizeram-no, portanto temos alguns bons exemplos, não temos que reinventar rodas nenhumas", gracejou.

Embora rejeitando ser "um maníaco da nacionalidade do capital", Carlos Rodrigues considera possível que a reformatação do sistema bancário seja feita mantendo "instituições de capital português ou com uma boa parte de capital português" que possam assumir-se como "instituições sustentáveis, lucrativas e que resistem à concorrência internacional".

Questionado sobre os prejuízos anunciados de quase mil milhões de euros do Novo Banco, Carlos Rodrigues admitiu tratar-se de "um montante muito grande", mas salientou que "é fruto de uma gestão que tem coragem": "Não se trata já tanto de mal parados. A maior rubrica que eu vi já era o reconhecimento de que algum do imobiliário pode ter perdas para ser vendido, e portanto até o vejo positivamente e refletindo não só a coragem, como o profissionalismo de uma equipa de gestão que está a fazer as coisas que já deviam ter sido feitas há algum tempo", disse.

"É a realidade do banco, portanto é bom que a contabilidade faça transparecer aquilo que lá está", acrescentou, confiante que, ainda assim, o surgimento de interessados na compra do antigo BES é apenas "uma questão de preço e de condições".

Relativamente à atividade do Banco BIG, Carlos Rodrigues afirmou que tem corrido "geralmente bem", com "retornos bons" para os acionistas e uma "boa qualidade de crédito".

"A nossa fortaleza é o nosso balanço e vamos fazendo o [nosso] percurso, crescendo devagar", referiu, recordando que, após as recentes aberturas da filial do Porto e da agência de São João da Madeira o BIG, conta já com 18 balcões e tem "ainda muito para crescer".

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