Regresso a mercados "próximo" mas "só austeridade não é solução"
O vice-presidente da Comissão Europeia e comissário Europeu para a Indústria, Antonio Tajani, considerou esta terça-feira, que o retorno de Portugal aos mercados financeiros “está próximo” e que "só austeridade não é solução".
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Economia Antonio Tajani
Em declarações à Lusa no âmbito de uma visita a Portugal, Antonio Tajani vincou que o Estado tem vindo a fazer “um enorme esforço” para reequilibrar a economia e a levar por diante reformas cujos efeitos virão com o passar do tempo, tendo ainda lembrado que o retorno do país aos mercados “está próximo”.
Falando à margem de uma audição no parlamento, em Lisboa, sobre o Programa de Trabalho da Comissão Europeia para 2013, Tajani disse que esta conclusão foi também reconhecida pela troika - Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Exorto-vos a continuar neste caminho, apesar dos recentes dados económicos, que apontam para um cenário pior que o esperado”, disse o comissário europeu na intervenção que fez no Senado do parlamento.
O vice-presidente disse também aos deputados que, perante estas dificuldades, devem estar “bem cientes” de que a CE “está do vosso lado”, não só em 2013, mas também nos últimos anos.
A Comissão procura, precisamente, “atender aos problemas que afligem Portugal”, bem como a grande parte da Europa e, por isso, à “falta de crescimento económico e o desemprego”.
O responsável da CE pela Indústria e o Empreendedorismo admitiu à Lusa, à margem da audição, que “só austeridade não é a solução para Portugal. A Europa não está só a fazer sacrifícios, tem de haver crescimento, dar trabalho aos cidadãos e reforçar o mercado interno”, onde pontuam as pequenas e médias empresas (PME).
“Um dos problemas que há é o do financiamento. Há que manter a circulação da moeda para que as empresas de pequena e média dimensão (PME) tenham acesso ao financiamento e a banca tem aí um papel importante”, salientou.
Segundo Tajani, que se mostrou optimista, “o ano de 2013 vai ser um ano melhor do que 2012” para a Europa e para os países-membros.
“Há ainda alguma turbulência nos mercados, mas estão um pouco mais estáveis. A crise não terminou, mas ao mesmo tempo vemos a luz ao fundo do túnel”, disse.
Para Tajani, actualmente, depois de “muitos sacrifícios feitos”, é necessário que a Europa se concentre firmemente no relançamento da economia e da criação de trabalho.
O comissário europeu alertou para a instabilidade que é "um risco” e que “é evidente” noutros países europeus, lembrando que se deve reforçar o debate sobre as novas estratégias de crescimento na Europa, bem como apostar na inovação ligada à indústria, com o propósito de promover o desenvolvimento tecnológico do sector industrial e do sistema de inovação europeu.
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