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Governo moçambicano vai analisar dados da Rio Tinto
O Governo moçambicano anunciou, este sábado, que pretende confrontar os dados técnicos da multinacional mineira Rio Tinto, que anunciou uma revisão em baixa dos volumes de carvão metalúrgico explorado em Moçambique, alegando constrangimentos na capacidade de escoamento.
© Lusa
Economia Carvão
"Esperamos que eles nos apresentem dados técnicos sobre estas constatações para nós fazermos a nossa verificação", disse hoje à Lusa o vice-ministro dos Recursos Minerais, Abdul Razak, a propósito do anúncio da Rio Tinto sobre a produção de carvão em Moçambique.
A empresa líder no sector de mineração disse esta semana que as suas contas em Moçambique foram afectadas em cerca de dois mil milhões de euros e ficarão abaixo do previsto devido à falta de capacidade de infraestruturas de transportes do país.
Abdul Razak garantiu que "o Governo moçambicano está a trabalhar com as empresas para que a capacidade de escoamento aumente a curto e médio prazo", mas considerou as avaliações da Rio Tinto "uma situação normal na geologia, onde isso acontece muitas vezes".
"É claro que não há respostas imediatas, mas, no futuro, não a médio prazo, haverá respostas para escoamento do carvão e de outros produtos, quer para a linha de Sena, quer de Nacala, quer para outras linhas férreas que estão previstas construir em programas que já estão a ser discutidos com potenciais investidores", disse Abdul Razak.
A empresa anunciou reduções de valor contabilístico de activos na ordem de 10,5 mil milhões de euros, relativas a Moçambique e ao grupo de alumínio canadiano Alcan, adquirido em 2007.
Na sequência da reavaliação, a empresa demitiu o presidente-executivo Tom Albanese, que vai ser substituído por Sam Walsh, e reconheceu que "uma redução desta dimensão em relação à relativamente recente aquisição de Moçambique é inaceitável", disse o presidente Jan du Plessis.
Doug Ritchie, que liderou as aquisições em Moçambique, anteriormente denominadas Riversdale Mining Limited, também apresentou a demissão.
Em comunicado, a filial moçambicana da Rio Tinto, que assumiu em 2011 a maioria do capital da Riversdale, proprietária do projecto de extracção de carvão de Benga, província de Tete, tentou inicialmente fazer o transporte fluvial no Rio Zambeze.
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