"Com ou sem 'troika'" ajustamento é para continuar
O economista Eduardo Catroga defende que, "com ou sem 'troika'", o processo ajustamento "é para continuar", alertando que a consolidação que não se fizer em 2015 terá de ser feita nos anos seguintes.
© Lusa
Economia Catroga
Em entrevista à Lusa, o ex-ministro de Cavaco Silva afirmou que não se podem "vender ilusões" aos portugueses, considerando que, "com ou sem 'troika'", é preciso "continuar o processo de correção do excesso de despesa pública, do endividamento público e privado e de dívida líquida".
"Muitas vezes há muitos agentes políticos, económicos e sociais que procuram vender ilusões de que a austeridade é provocada pela Alemanha ou pela 'troika'. Não! A chamada austeridade é o processo de correção de desequilíbrios económicos e financeiros e é provocado pelo facto de não termos seguido políticas corretas durante mais de uma década e que conduziu à necessidade de um programa de ajustamento forte", reiterou.
O economista referiu que o objetivo do país tem de ser "criar condições de estabilidade financeira", advertindo que este é um desafio "para 2015 e para os anos seguintes".
"Como economista independente que sou, digo que não podemos vender ilusões aos portugueses. Temos de ser realistas e dizer que existe um caminho ainda longo a percorrer [mas que] esse caminho é possível", concluiu.
O economista defendeu ainda a criação de "um acordo de regime sobre o crescimento da despesa pública", apelando a que os três partidos do arco da governação (PSD, CDS e PS) cheguem a "um acordo de médio prazo" e preferencialmente "antes das eleições e antes do início das campanhas eleitorais".
Para Catroga, esse era "o melhor contributo" que PS, PSD e CDS poderiam dar ao país, defendendo que isso iria "minimizar os riscos políticos e [permitir] continuar o processo de credibilização financeira do Estado".
O Governo tem até quarta-feira para entregar a proposta de Orçamento do Estado para 2015 na Assembleia da República. A meta do défice para este ano é de 2,5%, tal como acordado com os credores internacionais, e o Executivo tem vindo a reiterar o objetivo.
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