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Produção da silvicultura cai 5,8% em volume e 7,2% em valor em 2020

A produção da silvicultura diminuiu 5,8% em volume e 7,2% em valor em 2020, em resultado do decréscimo generalizado em todos os produtos silvícolas, com exceção da madeira para energia, divulgou hoje o INE.

Produção da silvicultura cai 5,8% em volume e 7,2% em valor em 2020
Notícias ao Minuto

13:03 - 21/06/22 por Lusa

Economia INE

Segundo as Contas Económicas da silvicultura do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2020 o Valor Acrescentado Bruto (VAB) da Silvicultura diminuiu pelo segundo ano consecutivo (-6,5% em volume e -8,5% em valor), mantendo a tendência decrescente registada desde 2015.

Já o peso relativo do VAB da silvicultura na economia nacional manteve-se em 0,4%.

De acordo com o INE, "ao longo dos últimos anos a estrutura da produção silvícola nacional tem registado alterações", verificando-se que "a cortiça, que no período 2000-2004 se apresentava como o produto mais relevante, foi perdendo importância para a madeira para triturar, que passou a assumir o lugar de maior destaque (39,5% em 2020)".

Segundo o instituto estatístico, a diminuição em volume na produção silvícola (-5,8%) resultou do decréscimo generalizado dos diferentes produtos silvícolas, com exceção da madeira para energia.

"Em particular, as produções de madeira para serrar ou triturar (excluindo a madeira para energia) decresceram 9,6% e 4,6%, respetivamente, e a cortiça e os serviços silvícolas e de exploração florestal diminuíram ambos 6,0%", precisa.

Pelo contrário, a produção de madeira para energia apresentou, em 2020, um aumento em volume de 1,2%, numa situação que "poderá estar relacionada com as restrições impostas pela pandemia covid-19", já que "a maior presença em casa poderá ter causado um maior consumo deste produto".

No que respeita ao decréscimo nominal da produção (-7,2%), o INE destaca a diminuição da produção de cortiça (-12,6%), em resultado de variações no mesmo sentido em volume (-6,0%) e em preço (-7,0%).

No que se refere à madeira para serrar (fundamentalmente constituída por madeira de pinheiro-bravo), decresceu 9,6% em volume e 6,9% em valor, continuando "a ser produzida em quantidade insuficiente para suprir as necessidades da indústria, em resultado da continuada dificuldade de regeneração de alguns povoamentos e das reduzidas plantações".

"A escassez desta matéria-prima industrial tem sido atenuada em anos de cortes extraordinários devidos a grandes incêndios, situação que não se verificou em 2020", nota o INE.

Já a madeira para triturar (maioritariamente de eucalipto e habitualmente utilizada como matéria-prima da indústria de pasta de papel e no fabrico de aglomerados) decresceu 4,6% em volume e 5,4% em valor, sendo que "a desproporção entre a disponibilidade de madeira nacional e o volume de pasta de papel produzido conduzem a uma importação expressiva" deste material.

"Em 2020, apesar da pandemia, a indústria de pasta de papel continuou em laboração e houve necessidade de importar mais madeira para compensar a redução da produção nacional", refere o INE, precisando que o saldo negativo da madeira em bruto na balança comercial registou um agravamento de 2019 para 2020 (de -103,7 milhões de euros para -138,9 milhões) e, em 2021, este défice voltou a agravar-se (-180,9 milhões de euros).

Pelo contrário, e em contraciclo com os outros bens florestais, em 2020 a produção de madeira para energia ('pellets', 'briquets' e lenhas tradicionais) registou acréscimos, quer em termos reais, quer em termos nominais (+1,2% e +1,3%, respetivamente), tendo-se o nível de preços mantido praticamente inalterado (+0,1%).

Os dados do INE apontam ainda que em 2020, e pelo segundo ano consecutivo, a produção de cortiça registou um decréscimo em termos nominais (-12,6%), sendo que para esta evolução concorreram decréscimos em volume (-6,0%) e em preço (-7,0%).

"O decréscimo do preço está relacionado com a diminuição da qualidade da cortiça neste ano, que se traduziu em extrações menores de cortiça de classes de qualidade superior, mais concretamente a cortiça de calibre rolhável", explica, acrescentando que "a esta tendência negativa do preço deve-se acrescentar o clima de incerteza do mercado em ano de contexto pandémico".

Em termos de balança comercial, os produtos à base de cortiça continuam a apresentar o excedente mais significativo (895,3 milhões de euros), embora menor que no ano anterior. Em 2021, este saldo subiu para o valor maior elevado dos últimos cinco anos (997,2 milhões de euros).

Quanto à produção de serviços silvícolas, decresceu em volume (-6,0%) e em valor (-6,4%), também pelo segundo ano consecutivo.

Contudo, "os outros serviços silvícolas registaram aumentos significativos na sequência dos grandes incêndios de 2017, mantendo níveis de produção acima dos observados até esse ano". Já a florestação e reflorestação registam decréscimos consecutivos desde 2015.

Em 2020, o montante de ajudas pagas à atividade silvícola (subsídios ao produto, outros subsídios à produção e transferências de capital) diminuiu pelo segundo ano consecutivo, apresentando um decréscimo de 4,1% em relação ao ano anterior, traduzindo o efeito conjugado da diminuição de 24,6% dos subsídios (onde se incluem os prémios de manutenção e por perda de rendimento) com um aumento das transferências de capital (+10,7%).

Nesse ano, e contrariamente ao que sucedeu em 2019, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) na silvicultura decresceu em volume e em valor (-4,5% e -3,9%, respetivamente), em consequência das diminuições quer da florestação e reflorestação (de sobreiro, pinheiro manso e eucalipto), quer da FBCF em produtos não florestais (bens de equipamento, construção, etc.).

Em 2020, o rendimento empresarial líquido da silvicultura e exploração florestal decresceu 13,5%, caindo pelo segundo ano consecutivo e atingindo o valor mais baixo dos últimos 10 anos.

Segundo o INE, "para esta evolução contribuiu, principalmente, a variação nominal negativa do VAB da silvicultura e exploração florestal (-8,5%)".

Numa análise comparativa entre Estados-membros da União Europeia (UE), em 2019 (último ano com informação disponível para a UE), Portugal posicionou-se em 9.º lugar em termos de importância relativa do VAB da silvicultura e exploração florestal no VAB da economia nacional (0,4%) superando países como Espanha (0,1%), Itália (0,1%) ou França (0,2%).

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