Quatro trabalhadores despedidos da Efacec continuam a exigir reintegração
A segunda sessão do julgamento relativo ao despedimento coletivo efetuado em agosto de 2018 pela Efacec terminou ontem com acordo entre a empresa e uma trabalhadora, mas quatro ex-funcionários continuam a reclamar a reintegração, segundo fonte sindical.
© Reprodução Twitter
Economia Efacec
Conforme adiantou à agência Lusa fonte do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte), ao longo do dia de sexta-feira foram ouvidas as testemunhas dos quatro trabalhadores que não aceitam as condições propostas pela Efacec e continuam a reclamar a reintegração na empresa.
Para as 09h00 do dia 07 de janeiro de 2022 ficou marcada uma nova sessão do julgamento.
A Lusa tentou obter um comentário por parte da administração da Efacec, o que não foi possível até ao momento.
Na primeira sessão do julgamento, em 24 de setembro passado, a Efacec tinha já chegado a acordo com alguns dos 16 trabalhadores que contestaram o despedimento coletivo, efetuado pela empresa em agosto de 2018 e que abrangeu um total de 21 funcionários.
O Site-Norte diz que foram despedidos trabalhadores "com dezenas de anos de antiguidade, numa altura em que a administração da empresa dizia que estava a crescer", e considera que se tratou de um "despedimento apoiado em motivos falsos, inexistentes, fúteis, desprovidos de qualquer nexo causal, e que, de certa forma, tem na sua génese motivações políticas".
"Por isso, os trabalhadores recorreram ao tribunal, no sentido de verem repostos os seus direitos, pedindo que condene a Efacec a reintegrá-los na empresa, no seu posto de trabalho", refere.
Relembrando que "a Efacec foi nacionalizada e pertence, neste momento, ao setor empresarial do Estado", o Site-Norte considera "vergonhoso que o Estado e, nomeadamente, o Governo PS não ponha cobro a este despedimento coletivo".
"Na altura crucial que a Efacec atravessa, é absolutamente fundamental que conte com a experiência e 'know-how' dos seus quadros intermédios, que estão disponíveis para prestar o seu trabalho e ajudar na recuperação desta empresa histórica e estratégica para o país", argumenta.
O Governo pretende que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado esteja concluído até ao final do ano, tendo o grupo português DST SGPS sido o único a apresentar uma proposta final de compra, segundo anunciou recentemente a Parpública.
A entrada do Estado na Efacec decorreu da saída de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, da esfera acionista, na sequência do envolvimento no caso 'Luanda Leaks', no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.
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