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GMG espera atingir resultado operacional positivo em 2021 e lucro em 2022

A Global Media espera atingir um resultado operacional positivo em 2021, com a redução de custos com pessoal, e atingir lucro em 2022, de acordo com um documento a que a Lusa teve hoje acesso.

GMG espera atingir resultado operacional positivo em 2021 e lucro em 2022
Notícias ao Minuto

12:48 - 16/11/20 por Lusa

Economia Media

A Global Media (GMG) estima que o plano de reestruturação em curso possa "permitir reduzir os custos operacionais (...) em cerca de 15 milhões de euros em 2021", dos quais uma redução de 7,8 milhões de euros nos custos salariais decorrentes do despedimento de 81 pessoas, segundo a descrição dos motivos invocados para despedimento coletivo, na carta de justificação enviada aos trabalhadores que são alvo deste processo.

"É estimada uma forte quebra do volume de negócios em 2020, em resultado do impacto da pandemia covid-19, e recuperações ligeiras, perspetivando-se, no entanto, a recuperação para níveis inferiores aos observados no histórico", refere a empresa.

"De notar que esta estimativa de redução é efetuada tendo em consideração as expectativas de evolução das vendas e prestações de serviços, e as medidas de reestruturação apresentadas anteriormente, sendo expectável que a empresa consiga melhorar progressivamente os seus resultados, atingindo um resultado operacional positivo apenas em 2021, após a incorporação da referida poupança com pessoal", salienta a Global Media Group.

"Não obstante, a empresa necessitará ainda de suportar os seus resultados financeiros e impostos, conseguindo apenas atingir resultado líquido positivo em 2022", sublinha.

No ano passado, a Global Media registou prejuízos de 7,5 milhões de euros, contra 9,1 milhões de euros negativos um ano antes, de acordo com a demonstração de resultados que consta da carta.

As vendas e prestação de serviços atingiram 35,3 milhões de euros, menos cerca de cinco milhões que em 2018, e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 5,4 milhões de euros negativos (custos de reestruturação de 298 mil euros).

"Embora, o EBITDA (antes de custos de reestruturação) em 2019 - de 5,2 milhões de euros negativos -- tenha representado uma melhoria na 'performance' em 37% face ao registado em 2018, mantém-se insustentável", constata a GMG, salientando encontrar-se, "por isso, muito distante de atingir um nível sustentável para a sua atividade operacional, tendo necessidade de uma maior redução de custos operacionais".

Além do EBITDA negativo registado, a GMG "apresenta ainda custos com amortizações e custos financeiros elevados, bem como valores a pagar de impostos, o que resulta em que o resultado líquido de 2019 ascenda a 7,6 milhões de euros negativos", prossegue.

"A Global Noticias tem vindo a apresentar 'cash flow' operacional negativo recorrentemente, em resultado da sua atividade deficitária e do peso da sua estrutura de custos quando comparado com o volume de faturação", aponta, destacando "o esforço efetuado pela gestão por forma a colmatar os sucessivos défices operacionais, tendo-se observado a alienação de ativos relevantes, nomeadamente do edifício do Jornal de Notícias em 2018 e do edifício do Diário de Notícias em 2016".

Para o ano em curso, a GMG estima prejuízos de 12 milhões de euros, vendas e prestações de serviços na ordem dos 24,6 milhões de euros e um EBITDA negativo de 10,4 milhões de euros, enquanto os custos de reestruturação rondam os 4,5 milhões de euros.

"Não sendo sustentável manter fluxos de caixa negativos no longo-prazo, é imperativo que a empresa consiga efetuar o 'turnaround' do negócio não só a nível de resultados, mas também de 'cash flow', através de uma boa gestão da relação com os seus clientes e fornecedores", salienta a Global Media.

O grupo refere que a dívida financeira tem sido "uma das principais fontes de financiamento" da GMG nos últimos anos, pelo que "esta não apresentou a evolução expectável face aos resultados operacionais negativos, em resultado, sobretudo, do esforço dos acionistas da empresa que foram obrigados a proceder a sucessivas injeções de capital nos últimos anos".

A Global Media acrescenta que o financiamento realizado pelos acionistas atingiu 70,7 milhões de euros em 2013, "após incrementos acumulados em prestações acessórias de capital de 59 milhões de euros desde 2009".

Em 2014, realizou-se um aumento de capital de 14 milhões de euros, conjugado com a conversão de dívida em capital de 11,4 milhões de euros por parte dos bancos, bem como o aumento de capital adicional de 15 milhões de euros em 2017, explica, no documento.

"Adicionalmente, no final de 2019, os atuais acionistas concretizaram três milhões de euros de injeção de suprimentos, o que permitiu cumprir com várias obrigações de tesouraria -- em especial a liquidação de salários/vencimentos desses meses", detalha a GMG.

No que respeita ao financiamento bancário, "o saldo em dívida apresenta um decréscimo relevante, tendo este observado uma redução de 36,5 milhões de euros em 2017 para 13,5 milhões de euros em 2019, devido essencialmente ao financiamento junto dos acionistas da empresa".

No final de 2019, a dívida aos acionistas totalizava 21,9 milhões de euros.

"De realçar que o recurso constante a capital acionista e alheio, para financiar a atividade operacional deficitária da empresa, é uma situação insustentável no médio/longo prazo", alerta a empresa.

Em novembro, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) deu luz verde à entrada do empresário Marco Galinha, do grupo Bel, na Global Media, que fica com cerca de 40% da empresa.

O grupo, que detém uma participação na Lusa, tem ainda como acionistas a KNJ Global Holdings Limited e José Pedro Carvalho Reis Soeiro.

No documento, a GMG explica que "as necessidades de financiamento a curto prazo das várias empresas de media da Global Notícias - Media Group, decorrentes do défice operacional excessivo destas e da sua dificuldade de levantamento de novos fundos junto da banca, levou o grupo a efetuar uma profunda reestruturação, abrindo inclusivamente o seu capital a outros acionistas".

Por isso, "é agora imperativa uma implementação efetiva das medidas de reestruturação operacional nas várias empresas, não sendo previsível que, caso continuem a apresentar resultados operacionais negativos nos próximos anos, volte a ser possível um novo financiamento junto da banca, ou de outros investidores, o que resultará na falência/encerramento de publicações/marcas históricas e consequentemente, na perda de emprego de um número muito elevado de funcionários", salienta.

Na sequência do plano de reestruturação, a GMG prevê que em 2022 obtenha um lucro de 473 mil euros, com vendas e prestações de serviços na ordem dos 28,9 milhões de euros e um EBITDA positivo de 2,4 milhões de euros.

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