CGTP apela ao diálogo entre a Galp e os trabalhadores em greve há 43 dias
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, criticou hoje a postura da administração da Galp Energia e apelou ao "diálogo" com os sindicatos para resolver o conflito com os trabalhadores que estão em greve há 43 dias consecutivos.
© Global Imagens
Economia Sines
"Porque razão é que a Galp continua a manter este conflito quando o pode resolver pela via do diálogo e da negociação", questionou Arménio Carlos, que se juntou hoje a uma concentração de trabalhadores junto à portaria principal da refinaria de Sines da Petrogal.
Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral da CGTP lembrou que a greve dos trabalhadores "em defesa da contratação coletiva, pela manutenção dos direitos laborais e sociais e contra a repressão" já conduziu a "uma redução de 36 milhões de euros nas exportações" da empresa.
"Este dinheiro dava para resolver os problemas e as reivindicações que os trabalhadores apresentam, repor o contrato coletivo de trabalho e aumentar os salários de todos os trabalhadores, da Galp e da Martifer, assim como passar os trabalhadores desta empresa de prestação de serviços ao quadro de efetivos da Galp", defendeu.
Acusando o Governo de ser "conivente" com a administração da Galp, Arménio Carlos afirmou que "não basta dizer que se é contra o modelo de baixos salários e trabalho precário", mas que é necessário "apresentar propostas" nesse sentido.
"Não faz sentido que tenhamos várias empresas a circular aqui [na refinaria de Sines] durante vários anos quando os trabalhadores permanecem, o que significa que o trabalho é permanente, logo deviam estar nos quadros da Galp e não da Martifer e ter os mesmos direitos, salários e deveres que os trabalhadores da Galp", acrescentou.
Por isso, o dirigente sindical defendeu um contrato de empresa para os trabalhadores da Galp "que valorize aqueles que aqui produzem a riqueza" e a passagem dos trabalhadores da Martifer "para os quadros efetivos da Galp".
A concentração, convocada pelo Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero (SICOP) e pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), surgiu após um plenário de trabalhadores que apontou esta quinta-feira como "a data limite" para uma resposta da administração da empresa.
Para Hélder Guerreiro, da Comissão de Trabalhadores da Petrogal, o "silêncio da empresa" e a "intransigência" em negociar com os sindicatos revela "incompetência" e uma "atitude prepotente" e "intimidatória".
"Vamos continuar a luta e, nesta altura, penso que a administração já deve ter ideia que não vamos parar enquanto não mostrar disponibilidade para negociar efetivamente com os sindicatos", acrescentou.
A greve na refinaria de Sines dura há 43 dias, tendo os trabalhadores, em plenário, decidido prolongar o 'braço de ferro' com a administração até ao final do mês de março.
No entanto, o novo pré-aviso só será emitido hoje (data limite) para "proporcionar à administração uma oportunidade para encetar uma negociação séria" com os representantes dos trabalhadores, referem, em comunicado, o Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero e a Fiequimetal.
Além de serem contra a caducidade da contratação coletiva na refinaria de Sines, os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho e a reposição de direitos, como os prémios de produtividade e regularidade, regime de reformas, folgas e férias, e subsídios de infantários.
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