Camionistas reconhecem "abertura" do Governo mas mantêm para já protesto
A Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP) disse hoje que o Governo "manifestou abertura" para discutir algumas das propostas apresentadas pelo setor, mas o protesto para já mantém-se.
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Economia Greve
Os camionistas mantêm a paralisação iniciada às 08:00 para reclamar a regulamentação do setor e a indexação do preço dos transportes ao dos combustíveis.
No final de uma reunião no Ministério do Planeamento e Infraestruturas, que tem a tutela dos Transportes - e que contou também com a presença da Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) -, Márcio Lopes da ANTP disse aos jornalistas que o Governo se comprometeu a criar um grupo de trabalho para discutir as propostas para o setor.
"Isto não vai acontecer nem hoje nem amanhã nem em dias, algumas situações podem demorar meses", disse o responsável, referindo que os promotores da paralisação irão agora reunir-se para decidir se a ação iniciada hoje se mantém ou se será suspendida após as garantias dadas pela tutela.
O primeiro encontro com o Governo, no domingo à noite, tinha sido inconclusivo e manteve a paralisação.
A paralisação pretende reclamar a regulamentação do setor, a criação de uma Secretaria de Estado dedicada exclusivamente aos Transportes, a obrigatoriedade de pagamento no período máximo de 30 dias e a criação de um mecanismo para que a inflação também seja refletida no setor dos transportes.
De acordo com Márcio Lopes, o caderno de reivindicações inclui ainda que o preço dos combustíveis seja indexado ao preço dos transportes, isto é, refletido no custo dos serviços, melhores condições de trabalho para os motoristas e descontos nas portagens.
"A iniciativa não partiu da associação, mas é a associação que está a dar voz ao desagrado dos camionistas e dos empresários, muitos associados da ANTP", explicou o dirigente associativo, adiantando que a ação de protesto deverá decorrer nas estradas "de norte a sul do país, e nas zonas de fronteira".
A ANTP representa as pequenas e médias empresas do setor e foi formada depois do bloqueio de 2008.
De acordo com a ANTP, o setor tem 7.500 empresas e mais de 300 mil trabalhadores, representando esta associação cerca de 400 associados, segundo o presidente da direção.
Contactada pela Lusa, fonte da GNR disse que até ao momento não há informações de condicionamento de trânsito. A Lusa tentou ouvir o ministério da tutela, mas tal não foi possível até ao momento.
ANTRAM apresenta propostas e dá prazo ao Governo para responder
Já a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) anunciou, esta segunda-feira, após uma reunião com o secretário de Estado das Infraestruturas, que apresentou soluções ao Governo para inverter a atual situação do setor. E mais: a ANTRAM exige uma resposta nos próximos quatro dias.
Entre as propostas que a associação colocou em cima da mesa estão, por exemplo, “o alargamento do regime do gasóleo profissional por mais dois anos”, bem como a “majoração com os custos de combustíveis, para efeitos de IRC”, refere a ANTRAM num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
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