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Pedro Guerra: A face de um mal-entendido que 'mói' o futebol português?

É uma das ‘personagens’ centrais no caso que tem agitado o futebol português e que é narrado por Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, no Porto Canal. Mas quem é e de onde vem, afinal, o carismático comentador televisivo que gera reações de amor e ódio entre os adeptos de futebol?

Pedro Guerra: A face de um mal-entendido que 'mói' o futebol português?
Notícias ao Minuto

08:30 - 29/11/17 por Sérgio Abrantes , Andreia Brites Dias e Inês André de Figueiredo

Desporto Perfil

Pedro Fernando dos Santos Alves Guerra, 51 anos, comentador da TVI24, é um dos rostos mais conhecidos dos telespetadores que acompanham o dia a dia do futebol nacional.

Reconhecido pela forma apaixonada como discute os assuntos desportivos com os seus colegas de painel, este homem é, porventura, mal conhecido pelos portugueses.

Poucos saberão que Pedro Guerra tem 'costela' de jornalista ou que foi assessor de Paulo Portas e que vários são os profissionais que com ele se cruzaram e lhe deixaram palavras de elogio. Porventura, lembra-se o leitor que foi das mãos deste homem que saiu um artigo 'perigoso' contra Luís Filipe Vieira? Pois bem, Pedro Guerra é todas estas coisas.

Assume-se frontal, diz não ser defendido por ninguém e refere ser esse seu traço que tem incomodado colegas e adeptos.

Relembre, agora, o alegado envolvimento do comentador no Caso dos Emails, mas também alguns outros aspetos da sua ascensão como figura de destaque do panorama noticioso nacional.

Caso dos emails: Adão, um Piriquito e... Carlos Deus Marques

Pedro Guerra tem vindo a ser envolvido no Caso dos Emails por alegadamente trocar mensagens com personalidades várias ligadas ao mundo do futebol. 

O comentador desportivo, contudo, não vê no que tem vindo a público matéria para se criar um caso, mas a verdade é que estes episódios já fizeram estragos. Horácio Piriquito, responsável federativo (FPF) ligado ao Conselho Fiscal, foi acusado de ser espião para Pedro Guerra e, depois de ver o seu nome arrastado para esta polémica, acabou por se demitir do cargo que ocupava.

Pedro Guerra admitiu com ele ter trocado mensagens, mas apenas para obter informações de âmbito público. 

Adão Mendes, por outro lado, surge também nos emails já divulgados. Aqui, o caso é diferente. Pedro Guerra diz não ter trocado essas comunicações, muito menos ter-se dirigido a Luís Filipe Vieira como 'primeiro-ministro', prova maior de que não terá trocado correspondência com Adão Mendes.

Francisco J. Marques, por seu lado, defendeu sempre que Guerra seria figura central num esquema de aliciamento a árbitros, envolvendo mesmo Adão Mendes e oito juízes na sua denúncia.

Carlos Deus Pereira é outro dos visados pelo diretor de comunicação do FC Porto e homem a quem Pedro Guerra é por este ligado. Dizendo que o ex-presidente da Assembleia-Geral da LPFP teria acesso e enviava as mensagens de Fernando Gomes a Pedro Guerra, J. Marques associou as duas figuras: Deus Pereira "estava ao serviço do Benfica".

De arquivista a jornalista... à manchete com Vieira

Começou a dar os primeiros passos nas lides de jornalista ainda não pegava na caneta e no caderno. Foi nos arquivos de O Jornal que Pedro Guerra foi notado. Na altura trabalhava para este título, mas estava também a nascer um outro projeto noticioso: O Independente. A convite da sua cunhada, Inês Pedrosa, o jovem Pedro Guerra trocou de 'casas'. 

Entrou como arquivista no novo jornal com sede em Lisboa, mas a sua presença foi notada por um jornalista. A forma como lidava com os papéis fez Paulo Portas saber-lhe o nome e, mais tarde, convidá-lo para integrar a redação do jornal. 

Começou por ser estagiário da secção de desporto, ao lado de Alexandra Tavares-Teles, jornalista que ainda hoje lhe guarda elogios, pelo saber enciclopédico e pela forma como raramente desistia de um trabalho, mesmo que este exigisse parte de si.

Assumidamente benfiquista, Guerra nunca terá hesitado quando teve de escrever 'mal' sobre o seu clube do coração. Quem o conhecia dizia que olhava para a realidade sem paixões clubísticas e prova disso é um episódio passado com Luís Filipe Vieira.

Em 2001, ainda Vieira não era dirigente máximo do clube da Luz, posição que só ocupou em 2003, Pedro Guerra contava sobre o envolvimento do agora presidente encarnado no roubo de um camião, na década de 80. Vieira fora condenado a 20 meses de prisão, isto por ter contratado uma empresa de cobranças difíceis para levar a cabo o roubo. 

Mais tarde, Guerra viria a assumir ter 'errado' no julgamento sobre Vieira, reconhecendo-lhe capacidades humanas acima da média.  

O jornal e a televisão... e uma chamada polémica

Conta a história que Pedro Guerra foi colaborador do jornal Benfica, mas a sua 'passagem' maior pelo clube, enquanto funcionário, começou em fevereiro de 2015. Nessa altura, foi convidado por Luís Filipe Vieira para assumir a direção de conteúdos da Benfica TV.

Defender o clube foi a sua missão essencial, missão que aceitou com gosto, uma vez que anteriormente já tinha participado numa série de programas sobre o caso Apito Dourado.

A maior polémica em torno das funções que acumulou durante este período aconteceu antes de dirigir os conteúdos da televisão do emblema da Luz, em 2013, quando foi divulgado que teria ligado, com nome falso, para um programa do canal das águias, usando uma forma de anonimato 'camuflado' para dizer aquilo que pretendia. 

Em declarações ao Observador, datadas de início de maio de 2016, Guerra assume que todo o episódio não passa de uma calúnia. "Isso foi uma coisa que lá puseram. É alguém que tem uma voz parecida com a minha, mas eu jamais faria uma coisa dessas, como deve calcular", afirmou na altura.

O debate com Bruno de Carvalho e a 'contenda' que empurrou Barroso para a 'reforma'

Os programas onde o comentador televisivo normalmente dá a sua opinião, na TVI24, são conhecidos por transpirarem 'paixão'. Muitas foram as vítimas que Pedro Guerra já causou com a sua retórica, mas poucos programas foram tão quentes como os onde Eduardo Barroso, comentador do Sporting, e Bruno de Carvalho, presidente dos leões, estiveram presentes.

Barroso chegou a admitir, em entrevista, que a presença no programa com o colega de painel lhe fazia mal à saúde, razão pela qual terá abandonado o programa. A saída aconteceu em direto e, antes, segundo narrou o médico, chegaram os dois a estar próximos de trocar argumentos físicos.

Bruno de Carvalho, a convite da TVI, também marcou presença no programa 'Prolongamento'. O presidente foi ouvido sobre diversos temas, mas um dos episódios que mais 'custou' aos telespetadores foi quando se envolveu numa acesa troca de argumentos com Pedro Guerra.

Eduardo Barroso, que marcou presença nessa 'sessão', assumiu ter dito ao presidente verde e branco que preferia que não tivesse aceitado o convite. “[Bruno de Carvalho] fez pessimamente [em ir]. Pessimamente. Disse-lhe isso antes, durante e depois do programa", explicou o médico e antigo cronista de A Bola uma semana depois de se ter despedido de 'Prolongamento'.

Verdade é que nesse programa Bruno de Carvalho denunciou o que na altura foi chamado 'Caso dos Vouchers', afirmando o presidente do clube de Alvalade que o Benfica oferecia 'prendas' aos árbitros de forma a tentar condicionar as ações da equipa de arbitragem.

Sobre o mesmo tema, no Capítulo IV:

Entrevista a Pedro Guerra: "Caso dos Emails? Continuo a ser alvo de uma campanha miserável"

Da época em risco ao pedido de intervenção do Governo

Apito do medo quase fez Liga perder o pio

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