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Fadista Cláudia Aurora lança segundo álbum 'Mulher do Norte'
A fadista portuguesa residente no Reino Unido Cláudia Aurora vai lançar no dia 10 de junho o segundo álbum de originais, intitulado 'Mulher do Norte', uma homenagem à região onde cresceu.
© Global Imagens
Cultura Fado
Ao contrário do disco de estreia 'Silêncio', de 2011, então o primeiro álbum original de fado a ser produzido no Reino Unido depois de Amália Rodrigues ter gravado nos anos 1950 nos estúdios de Abbey Road, mais tarde usados pelos Beatles, este trabalho foi gravado em Portugal, no Alentejo.
O ambiente quente e o ritmo mais sossegado e relaxado que sentiu em Serpa, diz, refletiu-se no espírito dos músicos e no som que foi conseguido.
"Foi uma experiência memorável, muito positiva e especial. A minha voz foi gravada como eu queria que fosse exposta", afirmou a artista à agência Lusa.
O trabalho, que tem influência de outros estilos ibéricos, tem 12 temas e foi produzido por Ricardo Cruz, que trabalha com fadistas como António Zambujo e Ana Moura.
Além da guitarra acústica, tocada pelo companheiro e co-compositor, Javier Moreno, Claudia Aurora é acompanhada normalmente por contrabaixo, violoncelo e Bouzouki, um instrumento de cordas originário da Grécia.
Porém, pela primeira vez, gravou com guitarra portuguesa, tocada por Bernardo Couto, e acordeão, este às mãos de João Barradas, que deu um "toque de tango" a 'Poema', um tema original da brasileira Elis Regina.
"Este disco é um passo em frente. No 'Silêncio' parecia que estava a cantar para dentro, neste é como se cantasse para fora. Antes não sabia bem se o que estava a fazer era fado, mas agora encontrei o meu som", explicou.
O lançamento oficial de 'Mulher do Norte' será a 10 de junho pela Red Orange, uma editora inglesa do português Miguel Santos, que garantiu desta vez distribuição comercial em Portugal.
Natural do Porto, a fadista vive desde 2003 no Reino Unido, onde começou por apanhar flores para financiar um curso de canto.
Deu aulas de samba, interpretou música brasileira em bares e participou em grupos que a levaram ao Festival de Glastonbury, mas em 2006 sentiu necessidade de regressar às raízes e dedicou-se ao fado.
Atua regularmente em salas e festivais britânicos e no estrangeiro, tendo nos últimos dois anos cantado em países como a Polónia, Croácia, Estónia, Suécia, Finlândia, Bulgária ou Coreia do Sul.
Há cinco anos atrás, acompanhou o grupo de art rock These New Puritans em espectáculos em Londres, Paris e Berlim.
Para o início de outubro tem uma pequena digressão em Inglaterra para promover o novo álbum, com espetáculos agendados em Brighton, Londres e Bristol.
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