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Presidente moçambicano homenageado pela IURD

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, foi hoje homenageado pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), em reconhecimento pelos seus dez anos de governação.

Presidente moçambicano homenageado pela IURD
Notícias ao Minuto

20:57 - 21/09/14 por Lusa

Mundo Reconhecimento

Numa cerimónia realizada hoje no Cenário Maior da IURD em Maputo, Guebuza declarou "profunda gratidão" e considerou que a homenagem da igreja evangélica cristã é um estímulo para reafirmar "o compromisso coletivo com a cultura de paz, a consolidação da unidade nacional e o aprofundamento da reconciliação nacional".

No seu discurso, o Presidente moçambicano considerou que esse papel também tem sido assumido pela IURD e outras confissões religiosas, desafiando-as a atuar quando sentirem que "estes valores estruturantes da criação do bem-estar estão a ser colocados em causa".

Armando Guebuza assinou, a 05 de setembro, um acordo de cessação de hostilidades com o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), Afonso Dhlakama, ao fim de quase dois anos de confrontações militares no centro do país.

O Presidente moçambicano recordou que o entendimento foi aprovado na forma de lei pelo parlamento e traz novos desafios, o primeiro dos quais a sua aplicação, nomeadamente a integração dos homens armados da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança.

"A IURD e todas as outras confissões religiosas terão um papel fundamental para desarmar mentes e ressocializá-las para uma vida em sociedade e gerida no contexto de um Estado de Direito Democrático", afirmou.

"Terão ainda um papel importante para limpar as lágrimas de quem ainda chora a perda dos seus entes queridos, pranteia ao contemplar os seus familiares que ficaram para sempre mutilados no corpo ou traumatizados na mente e de quem não se consegue refazer das suas perdas materiais, patrimoniais e financeiras", prosseguiu o Presidente moçambicano.

Armando Guebuza convidou a IURD e outras religiões a participar na reflexão da criação do Fundo de paz e Reconciliação Nacional, que visa garantir oportunidades de rendimento para militares desmobilizados, "incluindo, naturalmente, os elementos das forças residuais da Renamo".

"Reconhecemos a experiência, capacidade e vocação da IURD e das outras instituições religiosas para a área de formação específica e para a vida", disse ainda o chefe de Estado moçambicano.

Em Moçambique desde 1992, logo após o fim da guerra civil de 16 anos, a IURD tem tido um grande crescimento em fiéis e templos, à custa de um declínio da Igreja Católica e da massificação da sua mensagem através da sua estação televisiva e diversas rádios locais.

Em março de 2011, duas pessoas morreram esmagadas na inauguração de um templo na capital moçambicana, presidida pelo líder da IURD, o brasileiro Edir Macedo, quando mais de 10 mil crentes tentavam entrar no recinto com capacidade para três mil.

No mesmo ano, a confissão religiosa anunciou a realização de uma campanha de oração a favor Armando Guebuza e contra a pobreza absoluta.

A IURD tem uma relação próxima com a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e o seu canal de televisão, Miramar, chegou a funcionar num dos andares da sede do Comité Central do partido no poder em Maputo.

No início de maio, Filipe Nyusi, candidato da Frelimo, às presidenciais de 15 de outubro recebeu a bênção da IURD, pedindo à congregação "inspiração divina e sabedoria".

No mesmo mês, a instituição religiosa homenageou a primeira-dama, Maria da Luz Guebuza, reconhecendo o seu trabalho pelo bem-estar das mulheres, das crianças e dos carenciados.

Armando Guebuza termina no final do ano o segundo e último mandato como Presidente da República e o seu sucessor será escolhido nas eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais) marcadas para 15 de outubro.

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