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Centenas de oficiais de polícia presos na Turquia

Mais de sessenta polícias foram presos hoje na Turquia no decurso de uma operação que está a ser encarada como mais um gesto de retaliação do primeiro-ministro contra aqueles que investigaram a rede de corrupção que envolve membros do Governo.

Centenas de oficiais de polícia presos na Turquia
Notícias ao Minuto

22:29 - 22/07/14 por Lusa

Mundo Operação

A operação começou de madrugada nas 22 províncias do país, com buscas domiciliárias e pode prolongar-se como tinha avisado o primeiro-ministro, Racep Tayyip Erdogan, à estação de televisão CNN-Turquia.

Entre os detidos encontram-se altas patentes das unidades antiterrorismo e de crimes financeiros de Istambul e Esmirna.

Vários dos oficiais detidos foram responsáveis pela investigação de uma suposta rede de corrupção que envolvia membros do Governo e que levou à demissão de quatro ministros, em dezembro passado.

A investigação de 2013 sobre a rede de corrupção acabou por não produzir resultados depois de o Ministério do Interior ter ordenado a suspensão das pesquisas policiais, tendo o executivo mudado os membros da Procuradoria, que depois libertaram todos os acusados que se encontravam em prisão preventiva.

Mesmo assim, na altura, várias gravações de escutas telefónicas atribuídas ao próprio Erdogan e que foram publicadas nas redes sociais na internet, demonstram, segundo a oposição, a alegada implicação do primeiro-ministro em fraudes financeiras.

Os polícias que foram detidos hoje são suspeitos, de acordo com a cadeia de televisão NTV, de terem realizado escutas telefónicas ilegais a mais de 220 pessoas, incluindo a empresários, artistas e juristas.

Os detidos são também acusados de terem revelado segredos de Estado, falsificado documentos oficias e de terem destruído sistemas informáticos.

De acordo com a Procuradoria, em Istambul, os polícias "inventaram" uma organização terrorista que não existe, a que chamaram "Selam-Tevhid", como pretexto para investigarem centenas de cidadãos.

Alguns chefes da polícia declararam-se inocentes perante os jornalistas que foram convocados a presenciar as detenções.

"Prenderam-se com algemas depois de me entregar voluntariamente" assinalou Yurt Atayun, da unidade antiterrorista de Istambul perante as câmaras de televisão.

De acordo com a imprensa turca, a operação de hoje faz parte da "luta" do executivo contra o "Estado paralelo", nome que Erdogan utiliza para se referir ao líder religioso Fethullah Gulen, antigo aliado do primeiro-ministro.

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