"A bienal já tem grande prestígio em Portugal e no estrangeiro e a cidade de Évora é um palco natural ao ar livre com excelentes condições", disse hoje à agência Lusa José Russo, diretor do Centro Dramático de Évora (Cendrev), promotor do evento.

A iniciativa vai na 13.ª edição e, este ano, envolve um orçamento de "cerca de 200 mil euros", verba que é "suportada fundamentalmente por fundos comunitários, senão seria impossível", disse José Russo.

Além de companhias portuguesas, estão presentes na BIME grupos de teatro de marionetas vindos de França, Estados Unidos, Inglaterra, Brasil, Argentina, Espanha, Peru, Alemanha, Dinamarca e Moçambique.

Ao todo, nos seis dias da BIME, vão ser representados 75 espetáculos, não apenas no Teatro Garcia de Resende, mas também em várias outras salas da cidade e ao ar livre, em largos e praças do centro histórico.

"Há mesmo uma companhia espanhola que vai instalar uma roulotte na Praça 1.º de Maio e as pessoas vão ver os espetáculos dentro dessa espécie de atrelado", exemplificou o diretor do Cendrev.

Embora sem divulgar ainda o programa pormenorizado do evento, a organização adiantou que o desfile de abertura vai decorrer às 17:30 do dia 04, enquanto o espetáculo de encerramento, com fogo preso, vai ter lugar às 23:00 de dia 09.

"À semelhança do que tem acontecido nas anteriores edições, as marionetas vão ser o principal fator de animação dos diferentes segmentos de público da cidade", atraindo ainda "os muitos turistas nacionais e estrangeiros que visitam" Évora, afiançou o Cendrev.

Em paralelo com os espetáculos, realçou José Russo, vai realizar-se ainda a exposição intitulada "Deus, Demónios e Heróis", com marionetas e máscaras do sudoeste asiático.

"É uma exposição com várias dezenas de peças, a partir da coleção do Museu da Marioneta de Lisboa", revelou, referindo que a mostra vai ser instalada na sede do Grupo Pro-Évora -- Associação de Defesa do Património da Cidade de Évora.

Um seminário internacional, no Palácio do Vimioso, da Universidade de Évora, vai ainda abordar e discutir a temática da museologia dos espólios de marionetas.

O Cendrev é responsável pelos Bonecos de Santo Aleixo, marionetas tradicionais do Alentejo, sendo um projeto antigo da companhia, por concretizar, a criação de um museu para albergar os originais daqueles "bonecos".

A BIME, que arrancou em 1987, é "um dos grandes festivais europeus da especialidade" e, perante o "momento profundamente conturbado da vida cultural do país", esta 13.ª edição só vai ser possível graças ao apoio, não só dos fundos europeus, mas também de um conjunto de entidades e associações da região, frisou o Cendrev.

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