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Municípios querem "acelerar" processo de descentralização de competências

O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defendeu hoje, em Lisboa, que "é necessário acelerar" o processo de descentralização de competências para as autarquias, que em 2017 apresentaram um 'superavit' na ordem dos 466 milhões de euros.

Municípios querem "acelerar" processo de descentralização de competências
Notícias ao Minuto

15:31 - 27/03/18 por Lusa

Política Manuel Machado

"A ANMP mantém a convicção de que é necessário acelerar o trabalho dos grupos setoriais, de modo a que as competências e as condições técnicas, humanas e financeiras, sejam efetivamente conhecidas pelos municípios", afirmou o socialista Manuel Machado.

O também presidente da Câmara de Coimbra, que falava após a reunião do conselho diretivo da ANMP, salientou que só com a intensificação das negociações com o Governo "a descentralização poderá ser aprovada nesta sessão legislativa".

"A ANMP sempre tem defendido que para a descentralização é importante que seja alcançado o mais amplo consenso político, na Assembleia da República designadamente. É desejável porque isso contribui para a eficácia deste processo, que é a principal reforma da administração pública em Portugal", frisou.

A ANMP já "consensualizou" com o Governo sete dos 21 projetos de decretos-lei setoriais relativos à transferência de competências para as autarquias, no que respeita ao regime da organização dos serviços das autarquias locais, policiamento de proximidade, estacionamento público, modalidades afins de jogos de fortuna e azar, captação de investimento, promoção turística e segurança contra incêndios em edifícios.

As propostas ainda sem consenso são a cultura, proteção, saúde animal e segurança alimentar, vias de comunicação, património, estruturas de atendimento ao cidadão, justiça, habitação, educação, saúde, apoio social, avaliação de imóveis, transporte regular de passageiros, Proteção Civil e Finanças Locais.

Segundo Manuel Machado, o conselho diretivo concluiu hoje "uma primeira análise à proposta de nova Lei das Finanças Locais".

Para o dirigente da ANMP, o anteprojeto do Governo "tem aspetos positivos, que já se consolidaram, mas ainda há um caminho importante a percorrer".

"Há questões pendentes como a participação no produto da coleta nacional do IVA", apontou Manuel Machado, acrescentando que "é importante conhecer-se a percentagem" a repartir pelas autarquias.

Além de sublinhar a "enorme vantagem" para todos da conclusão da descentralização na atual sessão legislativa, o dirigente da ANMP revelou que, num "apuramento provisório" das contas de 2017, no setor autárquico, foi alcançado um 'superavit' "de 466 milhões de euros".

"Mais uma vez, o poder local democrático deu prova, de que apesar das necessidades, da pressão que naturalmente existe, sabe aplicar bem o dinheiro público e não é esbanjador de dinheiro público", vincou Manuel Machado.

O líder da associação que representa os municípios admitiu que o Governo, em algumas áreas, já apresentou dados, mas que ainda "não são suficientes", nomeadamente da saúde e da educação, onde "é preciso aperfeiçoar" o trabalho.

O anteprojeto da proposta de Lei das Finanças Locais, que o Governo admitiu ser apresentado no parlamento em março, prevê a participação dos municípios no IVA, o fim de várias isenções no Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e a criação de um fundo de financiamento da descentralização para as novas competências a transferir para as autarquias.

Após a reunião do conselho diretivo, a ANMP reúne também em Lisboa, durante a tarde, o seu conselho geral, constituído por 61 membros eleitos efetivos em congresso, para avaliar o ponto de situação sobre a transferência de competências para as autarquias e o anteprojeto da Lei das Finanças Locais.

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