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"Elina Fraga é uma cedência total ao populismo. Ela é uma populista"

No balanço do Congresso Nacional do PSD, Luís Marques Mendes elogia Rui Rio por estar a levar o partido mais para o Centro mas aponta enquanto principal erro a nomeação de Elina Fraga, ex-bastonária da Ordem dos Advogados, para a vice-presidência dos sociais-democratas.

"Elina Fraga é uma cedência total ao populismo. Ela é uma populista"
Notícias ao Minuto

23:15 - 18/02/18 por Pedro Bastos Reis

Política Marques Mendes

O 37.º Congresso Nacional do Partido Social Democrata (PSD) chegou ao fim neste domingo. Três dias de discursos, aplausos e apupos, e alguma tensão intercalada com momentos de alegada união dentro do partido que culminaram na transição da liderança. Pedro Passos Coelho sai de cena, entra Rui Rio.

O agora líder do PSD chegou ao congresso com um pré-acordo com o seu rival nas diretas, Pedro Santana Lopes. Nas listas do Conselho Nacional, Rio ficou sem maioria (só conseguiu 34 em 70 eleitos) mas, tudo somado, “o Congresso correu globalmente bem para o partido e para Rui Rio em particular”.

Quem o diz é Luís Marques Mendes, no seu espaço de comentário habitual no Jornal da Noite da SIC. Para o comentador, “Rui Rio deu um sinal de mudança de ciclo no PSD, porque não muda apenas o líder, muda o estilo, muda o posicionamento do partido e muda o discurso e a forma de fazer oposição”, tendo feito “um discurso muito menos de passado e muito mais de futuro”. É um discurso muito menos de negação e muito mais de ambição, para além de que não é o discurso do líder partidário tradicional, mas sim do líder a primeiro-ministro”, considera o ex-líder do PSD, que também andou pelo Congresso.

Marques Mendes, que considera possível um Bloco Central pós-eleições legislativas de 2019, apesar de, diz, a ideia “ainda não estar na cabeça de António Costa e de Rui Rio”, salienta que o novo líder “coloca o partido mais ao Centro”, uma jogada “inteligente”, uma vez que “deixar o Centro sozinho para o PS e a António Costa é um convite a que o PS ganhe as eleições, até com maioria absoluta”.

Além disso, acrescenta, Rui Rio traz “diálogo e espírito de abertura para os chamados ‘acordos de regime’, que são necessários ao país e que forem feitos dão prestígio e estatuto ao líder da oposição”.

Contudo, o tema que marcou o fim de semana foi a nova direção do partido. Entraram alguns ‘dinossauros’ do partido, como Nuno Morais Sarmento ou David Justino, mas também chegaram pessoas novas, que muitos nem sequer sabiam que eram militantes do partido. Falamos, pois, de Elina Fraga, ex-bastonária da Ordem dos Advogadas que, juntamente com o tenso discurso de Luís Montenegro, marcou o fim de semana.

A ex-bastonária foi vaiada pelos congressistas, um dia depois de a ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz ter dito que a sua nomeação para a vice-presidência era uma "traição" de Rui Rio ao PSD. 

Sucintamente, Marques Mendes considera que “relativamente à direção, aquilo que é bom não é novo, e o que é novo não é bom”. “É bom a entrada de David Justino, de Nuno Morais Sarmento e Castro Almeida, porque são pessoas com qualidade, com competência e experiência”. E Elina Fraga? “É novo, mas acho que não foi boa ideia. É um erro, uma imprudência”.

Nesse sentido, concretiza o comentador, a escolha de Elina Fraga, que Marques Mendes apelida de “populista”, para a direção do partido “é uma cedência total ao populismo”, cuja consequência, que já se faz sentido, é que “nos próximos dias, em vez de se falar do discurso dele [Rui Rio], fala-se da escolha que fez para vice-presidência”.

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