PS sem pedido de audições e documentos na primeira fase da nova comissão
O grupo parlamentar do PS não vai, para já, requerer qualquer audição ou documentação no âmbito da segunda comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), disse à Lusa o coordenador socialista João Paulo Correia.
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Política Inquérito
"Esta comissão de inquérito foi requerida por PSD e CDS-PP. Sabemos de antemão pela comunicação social as audições que os dois partidos vão requerer. Numa fase inicial, o PS aguardará pelas audições para avaliar se valerá a pena requerer algo de novo", justificou.
O PS junta-se nesta posição ao PCP, que também não solicitou qualquer audição ou pedido de documentação nesta primeira fase da segunda comissão sobre a CGD, centrada na atuação do atual Governo na nomeação e demissão da anterior administração do banco público, liderada por António Domingues.
Assim, numa primeira fase apenas PSD e CDS-PP, que apresentaram requerimentos conjuntos, e o Bloco de Esquerda pediram audições e documentação.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, o anterior presidente da CGD, António Domingues, e o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, são audições comuns aos três partidos.
PSD e CDS-PP querem ainda ouvir o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, enquanto o BE pediu a audição de Elsa Roncon, ex-Diretora Geral do Tesouro e Finanças, de Francisco Sá Carneiro, advogado da CS Associados, e da consultora McKinsey, que apoiou Domingues nas negociações com Bruxelas ainda antes de assumir o cargo.
Quanto à documentação, enquanto o BE se cinge às atas das reuniões do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos durante o período em que o banco foi presidido por António Domingues, PSD e CDS-PP vão mais longe e dividem o pedido em três áreas: sobre a nomeação, gestão e demissão da anterior administração da Caixa.
O ponto mais polémico prende-se com a atuação do Governo na demissão de António Domingues, sobre o qual PSD e CDS pedem "toda a documentação trocada entre o Ministério das Finanças ou qualquer membro dos respetivos gabinetes governamentais e a administração liderada por António Domingues, relativa à alteração do Estatuto do Gestor Público e suas implicações, designadamente quanto à declaração de rendimentos e património, incluindo declarações, notas ou comunicados emitidos por qualquer uma das partes".
Um dos pontos centrais desta segunda comissão de inquérito - que tem por objeto a atuação do Governo na nomeação e demissão da anterior administração da Caixa - será apurar se "é verdade ou não que o ministro [das Finanças] negociou a dispensa da apresentação da declaração de rendimentos [de António Domingues]", o que tem sido negado por Mário Centeno.
No requerimento conjunto hoje entregue pelos dois partidos a solicitar documentação no âmbito da segunda comissão de inquérito à Caixa, PSD e CDS nunca se referem à troca de mensagens escritas de telemóvel (SMS) entre Centeno e Domingues que o PSD chegou a requerer na primeira comissão sobre o banco público, pretensão negada pela esquerda.
Na primeira comissão, que se debruça sobre a gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) desde o ano 2000 e sobre os motivos que estão na origem da necessidade de recapitalização do banco público, a esquerda parlamentar inviabilizou vários pedidos do PSD e CDS-PP de audições e diligências por estarem fora do objeto, motivo que levou os dois partidos a constituírem de forma potestativa (obrigatória) este segundo inquérito.
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