"Há algumas posições que da forma como têm sido expressas até ao momento não são propriamente tranquilizadoras", disse à Lusa Vasco Cordeiro ao ser questionado sobre as declarações do candidato Donald Trump anti-emigração.

Vasco Cordeiro considerou contudo que esta "é uma matéria que ainda certamente a seu tempo se esclarecerá, desde logo nas eleições de novembro".

Referindo que acompanha com particular atenção as presidenciais norte-americanas, acrescentou: "é uma matéria que, desde logo mas não só, nessas componentes devemos acompanhar, porque são também os interesses das nossas comunidades emigradas que nos levam a isso".

Sobre os candidatos Hillary Clinton e Donald Trump, Vasco Cordeiro escusou-se a comentar.

"Quanto aos candidatos em presença, aí compreenderá que não me pronuncie com grandes detalhes, vamos ver o que é que o povo diz, também aí", declarou o presidente do Governo dos Açores e recandidato ao cargo nas eleições regionais de dia 16 de outubro.

O presidente do Governo dos Açores destacou, ainda, a "crescente" afirmação da comunidade açoriana na vida política dos Estados Unidos.

"Há pelo menos três congressistas federais que de forma mais direta têm uma relação com os Açores, são eleitos pela Califórnia, e essa participação também nas eleições é uma componente muito importante de defesa e de promoção das nossas comunidades", considerou.

Segundo a Direção Regional das Comunidades, que cita dados dos últimos censos norte-americanos, a comunidade portuguesa nos Estados Unidos é de cerca de 1,4 milhões de pessoas, estimando-se que 70% seja de origem açoriana.

Não obstante estar representada em todos os estados daquele país, a comunidade açoriana é mais expressiva na Califórnia, Massachusetts e Rhode Island.

Entre 1960 e 2014, saíram da região com destino aos Estados Unidos 96.292 emigrantes, informou a Direção Regional das Comunidades.

Em agosto, o candidato republicano revelou o seu plano antiterrorismo, dizendo que iria implementar uma "seleção extrema" de imigrantes, para proteger o país, e suspender a imigração de alguns países.

Nesse mês ainda, insistiu que será o México a pagar pelo muro que planeia construir se for eleito presidente dos Estados Unidos e voltou a falar dos seus planos para deportar imigrantes com registo criminal e disse que irá cancelar a ordem executiva de Barack Obama, o atual presidente, que protege milhões de imigrantes ilegais.