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Alvo de buscas? Rui Rio dá explicações... e a Direita reage 'em bloco'

As justificações de Rui Rio motivaram uma reação imediata por parte das atuais lideranças dos partidos que compõem a Direita portuguesa: PSD, Chega e Iniciativa Liberal (IL). Recorde aqui o que disseram.

Alvo de buscas? Rui Rio dá explicações... e a Direita reage 'em bloco'
Notícias ao Minuto

21:58 - 15/07/23 por Ema Gil Pires

Política Rui Rio

É um dos assuntos que está a marcar a atualidade informativa. O ex-líder do PSD, Rui Rio, foi alvo de buscas no âmbito de uma operação da Polícia Judiciária (PJ), que também visou sedes do principal partido da oposição.

Em causa estava uma iniciativa das autoridades que pretendia averiguar a alegada utilização de verbas do Parlamento, destinadas ao pagamento de assessores parlamentares, para pagar a funcionários do partido, entre 2018 e 2022. Em cima da mesa estão suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes.

A investigação levou Rui Rio, na noite de sexta-feira, em entrevista à SIC, a dar algumas explicações sobre o caso - e a dar a garantia de que não cometeu qualquer ilegalidade.

"Na televisão, eu brinquei com isto, como forma de mostrar o ridículo que estava acontecer, mas o ridículo é também grave", começou por dizer o antigo deputado. Acrescentou, ainda, que o facto que está a ser alvo de investigação "é uma prática transversal a todos os partidos, há muitos anos" - o que o levou a questionar por que razão só o PSD está a ser alvo de averiguações.

Interrogado sobre se a Lei de Financiamento dos Partidos Políticos deve sofrer alterações, em nome da transparência, Rio considerou: "Eu, para ser sincero, não fazia nada. Isto está claro e o que o Ministério Público fez é inadmissível. Portanto, a minha atuação era ao nível da reforma da Justiça, era ao nível do Ministério Público para pôr ordem nisto. Senão, o poder político está sempre a agachar-se".

As declarações de Rui Rio motivaram uma reação imediata por parte das atuais lideranças dos partidos que compõem a Direita portuguesa: PSD, Chega e Iniciativa Liberal (IL). Recorde o que disseram.

PSD. "Houve uma desproporção"

O atual líder do partido outrora comandado por Rui Rio aproveitou uma declaração aos jornalistas na sequência de uma reunião do Conselho Estratégico Nacional do partido, na tarde deste sábado, para tecer algumas considerações sobre o caso. 

"Aquilo que sucedeu esta semana é normal e natural, no âmbito de uma investigação, no que concerne à recolha de elementos para essa investigação. Mas houve uma desproporção entre aquilo que foi a ação das autoridades investigatórias, os elementos recolhidos e o objeto da investigação", começou por dizer Luís Montenegro.

O social-democrata garantiu ainda que o partido não tem razões para preocupações no contexto desta investigação. "Não temos nada a temer com isso e tenho a convicção plena e profunda de que o meu partido, os meus antecessores, cumpriram tudo aquilo que são as normas de funcionamento partidário incluindo as que se relacionam com o grupo parlamentar", considerou ainda.

Chega. PSD e PS envolvidos num "conluio"

Da parte do Chega, André Ventura acusou, na sequência da entrevista de Rui Rio, PSD e PS de estarem envolvidos num "conluio" para "condicionar a justiça".

E elaborou o seu raciocínio, em conferência de imprensa na sede nacional do partido: "É dizer que quando se toca no interesse de funcionários, assessores e membros dos grupos parlamentares, então apressamo-nos a mexer na lei para acabar com qualquer investigação ou a enviar cartas à senhora procuradora-geral [da República]".

Ventura argumentou ainda também este sábado que, apesar de se ter vindo a ouvir, na política nacional, pedidos para "mais investigações, mais eficácia da justiça e mais ação", "quando toca ao PSD ou ao PS, levanta-se uma enorme ameaça de que se vai rever a lei ou condicionar a atividade judicial".

Iniciativa Liberal. "Discurso populista invertido"

Também hoje, o presidente dos liberais teceu fortes comentários às explicações já dadas por Rui Rio sobre as investigações em curso. "Obviamente, não quero uma justiça instrumentalizada pelo MP, mas também não fico satisfeito quando vejo políticos a colocarem a justiça em causa da maneira que foi feito ontem (sexta-feira)", disse Rui Rocha, sobre o tema.

Considerando que a sua entrevista acabou por ser um "discurso populista invertido" que pode originar um "aproveitamento, por pessoas ligadas ao PS, para desvalorizarem todas as situações que têm acontecido" no país em tempos recentes.

O deputado disse ainda não querer "a politização da Justiça". E elucidou: "As propostas de Rui Rio são no sentido de politizar a Justiça, e não quero isso". Isto porque, na sua ótica, o ideal seria ter a Justiça a fazer "o seu trabalho, bem feito", sem estar "ao serviço de outros interesses".

Leia Também: Rio é um "homem íntegro e incapaz" de cometer "ato lesivo do bem público"

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