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CDS. Suspensão da nomeação de Vítor Fernandes "põe água na fervura"

O CDS-PP considerou hoje que a suspensão da nomeação de Vítor Fernandes para a presidência do Conselho de Administração do Banco do Fomento, por parte do Governo, "põe água na fervura mas não resolve".

CDS. Suspensão da nomeação de Vítor Fernandes "põe água na fervura"
Notícias ao Minuto

22:34 - 12/07/21 por Lusa

Política CDS

evidente que isto não resolve, isto põe água na fervura mas não resolve", disse a deputada Cecília Meireles, em declarações aos jornalistas à margem das jornadas parlamentares do CDS-PP, que decorrem entre hoje e terça-feira, em São João da Madeira (distrito de Aveiro).

O Governo suspendeu a nomeação de Vítor Fernandes para a presidência do Conselho de Administração do Banco do Fomento, para evitar "controvérsia" na instituição, disse hoje o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

O ex-administrador do Novo Banco é mencionado em documentos do Ministério Público (MP) referentes à operação Cartão Vermelho, na qual o presidente da Promovalor e do Benfica (com funções suspensas) Luís Filipe Vieira é arguido.

Instada a comentar esta situação, a deputada centrista acusou o Governo de "tentar fazer uma medida um bocadinho para inglês ver mas sem ir o fundo da questão e sem resolver o problema", o que seria "nomear uma outra pessoa".

"Eu acho evidente que alguém que está a ser investigado num processo desta sensibilidade e desta natureza não é adequado para ser presidente do Banco de Fomento", e "não tinha condições para continuar", defendeu.

Cecília Meireles defendeu também que "é importante é que o Banco de Fomento continue o seu trabalho" e disse esperar "que esta má escolha do Governo não venha de novo atrasar" esta instituição, apontando que "já está criado um imbróglio, infelizmente, e a tendência é para que se mantenha, se a solução não for definitiva".

"Eu acho do mais elementar bom senso que o Banco de Fomento continue o seu trabalho, e continue o seu trabalho com uma pessoa que seja capaz de o dirigir e de fazer aquilo que é preciso", salientou, observando que, "uma instituição para funcionar tem que ser bem gerida e tem que ser bem presidida e, portanto, antes suspender do que nada mas é evidente que este processo não vai estar resolvido antes e a tempo de o Banco de Fomento começar a trabalhar".

O ministro da Economia anunciou que o Governo não irá proceder "nesta altura" à eleição do presidente do Conselho de Administração" do Banco de Fomento, dizendo ser importante proteger a instituição "de qualquer controvérsia relativamente à idoneidade do seu Conselho de Administração".

"Solicitei à PGR que fosse esclarecido, se isso for possível à luz das leis do processo, qual a situação processual de Vítor Fernandes", indicou o ministro Pedro Siza Vieira, dizendo que o objetivo é saber se é arguido e se há "alguma investigação dirigida à sua atuação".

A proposta de nomeação de Vítor Fernandes para o Banco de Fomento já foi contestada por PSD, BE, PAN, Chega e Iniciativa Liberal, depois de apontadas as suas ligações ao empresário Luís Filipe Vieira, também presidente do Sport Lisboa e Benfica, com as funções suspensas, um dos detidos na operação Cartão Vermelho.

Fonte oficial do regulador bancário garantiu hoje à Lusa que "toda a informação será devidamente ponderada pelo Banco de Portugal no exercício das suas competências".

Na sequência desta ponderação, o BdP poderá decidir - ou não - pela abertura de um processo de reavaliação de idoneidade de Vítor Fernandes que, após ter sido indicado pelo ministro da Economia para 'chairman' do novo Banco Português do Fomento (BPF), passou já (tal como os outros elementos da gestão) por uma avaliação de idoneidade e competências técnicas feita pelo banco central, num processo conhecido como 'fit and proper'.

Luís Filipe Vieira foi um dos detidos na quarta-feira no âmbito da operação Cartão Vermelho, que investiga suspeitas de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Enquanto arguido, foram-lhe aplicadas como medidas de coação a prisão domiciliária até à prestação de uma caução de três milhões de euros, a proibição de sair do país, com a entrega do passaporte, e de contactar com os outros arguidos do processo, à exceção do filho, e ainda, entre outros, com Vítor Fernandes.

Leia Também: CDS quer que PR se pronuncie sobre transferência de competências do SEF

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