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A demissão de Abel Matos Santos e as reações nas redes sociais

O centrista viu-se envolvido numa polémica que o levou à demissão do cargo de vogal que exercia na comissão executiva do CDS-PP. Nas redes sociais, as reações não tardaram.

A demissão de Abel Matos Santos e as reações nas redes sociais
Notícias ao Minuto

08:40 - 05/02/20 por Filipa Matias Pereira

Política Abel Matos Santos

Abel Matos Santos renunciou ao cargo de vogal da comissão executiva do CDS-PP e a Esquerda não tardou a reagir, nomeadamente os socialistas.

Isabel Moreira partilhou, na sua página oficial de Facebook, a notícia que dava conta do afastamento do centrista e vincou que "há anos" que se conhecia "o pensamento fascista e homofóbico" de Abel Matos Santos. "Vamos fingir que só agora veio ao de cima, vamos?", questionou.

Por sua vez, Porfírio Silva defendeu que "o admirador da PIDE e de Salazar passou de "não foi assim tão mau" para a demissão". Como defendeu o deputado nas redes sociais, "parece que deixou de ser conveniente à direcção do CDS. O problema é esse: quando os princípios são substituídos pelas conveniências".

Seguiu-se Pedro Delgado Alves. O socialista cita o jornal Expresso, de o acordo com o qual Abel Matos Santos se demitiu "após polémica com comunidade judaica". Ora, ao deputado do PS parece que "a polémica não foi só com a comunidade judaica, foi com todas as pessoas decentes...".

Filipe Neto Brandão sublinhou também que "era tão inevitável o desfecho que só deixou [muito] mal quem levou tanto tempo a admiti-lo...".

Recorde-se que a demissão do também ex-porta-voz da tendência Esperança em Movimento, Abel Matos Santos, surge na sequência de declarações polémicas. Em causa está o facto de o Expresso ter defendido que, de 2012 a 2015, o centrista teceu, em publicações na rede social Facebook, elogios a Salazar e à PIDE, e apelidou de "agiota dos judeus" o cônsul de Portugal em Bordéus Aristides Sousa Mendes, que ajudou a salvar milhares de judeus durante a II Guerra Mundial.

O agora ex-dirigente reagiu à polémica e, sem negar a autoria das frases, afirmou ao semanário Expresso que "expurgar frases desses textos e descontextualizá-las não é um exercício sério".

Perante a situação, no final da semana passada, o ex-vice-presidente do CDS-PP e ex-ministro António Pires de Lima exigiu ao novo líder do partido que retirasse "a confiança política" a Abel Matos Santos, dada a "gravidade das declarações" que fez sobre Salazar e Aristides Sousa Mendes.

A questão começou a ganhar projeção e levou mesmo Abel Matos Santos, na última quinta-feira, a deixar de ser porta-voz da Tendência Esperança em Movimento.

Em comunicado divulgado na sexta-feira, a comissão executiva dos democratas-cristãos explicitou que no partido "não há espaço para o racismo, para a xenofobia, para o antissemitismo, para a intolerância ou para qualquer saudosismo de regimes que não assentem na liberdade".

Abel Matos Santos, refira-se ainda, entrou na corrida à sucessão da ex-presidente do partido, Assunção Cristas, mas não chegou a levar a sua moção a votos, tendo desistido a favor do atual presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos.

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