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André Silva ironiza: "Caçadores, uns fofinhos com tanto amor para dar"

Deputado do PAN constata que a estratégia do setor é "tornar a caça sexy" (...) "através de operações de cosmética" em que se transmite "uma imagem de que são todos uns fofinhos, que ninguém gosta mais de animais que eles, que perseguir, espancar e balear animais é uma demonstração de amor”.

André Silva ironiza: "Caçadores, uns fofinhos com tanto amor para dar"
Notícias ao Minuto

11:45 - 07/05/19 por Notícias Ao Minuto

Política PAN

O deputado único do PAN – Pessoas-Animais-Natureza manifestou a sua indignação face a mais um evento de caça no país, no caso, o XXVII Encontro Nacional de Caçadores, que se realizou este domingo em Santarém.

O certame, referiu André Silva numa publicação feita no Facebook, “contou com ilustres personalidades aficionadas de actividades ditas identitárias de uma certa portugalidade marialva”, entre os quais o director da DGAV, deputados e candidatos às eleições europeias do PS, PSD, CDS e CDU, “dignos representantes destas indústrias, do inefável presidente da Fencaça [Federação Nacional de Caçadores] ou o insuspeito Capoulas Santos, o melhor ministro da agricultura que o CDS já alguma vez teve”.

André Silva é crítico do “odor a naftalina” inerentes a este tipo de eventos e os discursos de "uma mesma cassete", que se resume da seguinte forma: “A ‘luta contra a destruição do mundo rural’ que os ‘fundamentalismos’ que 'fraturam a sociedade' querem impor e que põem em causa os que vivem nestas regiões e que ‘põem em causa a liberdade das pessoas’. “Não há pachorra para tanta demagogia”, salientou.

Para o deputado, as personalidades envolvidas “não percebem que só falam para eles próprios e que as pessoas não aderem a sectores parados no tempo que não se renovam, que se recusam a abraçar o caminho da ética e da não violência”. “Do alto da sua arrogância, os gestores das espécies continuam a sentir-se intocáveis”, ataca.

André Silva escolheu como “um dos momentos altos do dia” a homenagem a Manuel Alegre pela sua intervenção na Defesa da Caça e das Tradições.

“Na sua intervenção, com o habitual tom empertigado, Manuel Alegre apelou aos caçadores para que se organizem ‘como força nacional’ na defesa dos seus interesses, do mundo rural e do interior, pedindo que acabem com o ‘estereótipo do caçador predador e marialva’, conquistem a adesão de mulheres e de jovens e mostrem que os caçadores ‘são amigos do ambiente’”, notou, concluindo assim que a estratégia do setor da caça se assemelha ao da tauromaquia.

Ou seja, “tornar a caça sexy, chamando os que já não vêm - os mais jovens, fazendo greenwashing, vendendo a caça como prática sustentável preservadora dos ecossistemas, e através de operações de cosmética transmitindo uma imagem de que são todos uns fofinhos, que ninguém gosta mais de animais que eles, que perseguir, espancar e balear animais é uma demonstração de amor”, lamentou, por fim.

Em Santarém, recorde-se, o secretário de Estado das Florestas disse que a caça vai voltar a estar ligada à componente florestal e apelou para que não se "entrincheire" perante o discurso de "radicalização" dos que combatem o setor.

"Não podemos responder à radicalização do discurso contra a caça com um discurso radical. Temos de nos entender, perceber as questões que temos de discutir, perceber as iniciativas que temos de ter, antecipar problemas", disse Miguel Freitas no encerramento do encontro. 

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