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"Regime ainda tem vitalidade para dar resposta a anseios da população?"

.Presidente do PSD não tem dúvidas: " Se não introduzirmos reformas profundas no regime, este não vai estar capaz de cumprir os anseios" da sociedade.

"Regime ainda tem vitalidade para dar resposta a anseios da população?"
Notícias ao Minuto

13:30 - 25/04/19 por Melissa Lopes com Lusa

Política PSD

Reagindo ao discurso do Presidente da República na cerimónia solene do 25 de Abril, Rui Rio destacou os desafios que o regime enfrenta para dar "resposta aos anseios da população". 

"Não podemos dizer que não cumprimos o desenvolvimento, só que hoje em dia a sociedade muda a uma velocidade enorme, e portanto, as expectativas são maiores e mais exigentes por parte das pessoas. Temos de estar capazes de cumprir esse desenvolvimento no quadro daquilo que é a sociedade atual", disse o líder do PSD aos jornalistas.

Para Rio, a questão de fundo é: "Está este regime capaz e tem ainda vitalidade para dar resposta a esses anseios?" Para o líder social-democrata, "é evidente" que se não forem feitas "reformas profundas no regime", este "não vai estar capaz de cumprir esses anseios que o Presidente da República refere". 

E, por isso, desafiou os partidos a, passado este ano eleitoral, a "encarar muito seriamente a reforma do regime democrático de forma a que ele continue democrático", reconhecendo nos vários discursos da celebração do 45.º aniversário do 25 de Abril  preocupação com aquilo que diz serem "sinais de doença de democracia e até de tentativa destruição da democracia, com o crescimentos dos extremismos, designadamente à direita, não só em Portugal". 

O social-democrata referiu-se, novamente, à necessidade de reformar o sistema político, o setor da justiça e "a relação de poderes que existe hoje e no desequilíbrio dos poderes, em que numa democracia há respeito pelas minorias, há solidariedade pelas minorias, mas nunca o interesse minoritário se deve sobrepor àquilo que é o interesse maioritário". E isso, alertou, já está a acontecer nos dias de hoje. 

Para Rio, esses fenómenos são "um sinal de fragilidade de um regime democrático", salientando que em ditadura a minoria impõe-se à maioria. "Temos de fazer essa reflexão de forma a fazermos a reformas necessárias para evitar as ruturas. Não estaremos longe da rutura porque ela já se nota em diversos aspetos”, atirou. 

Interrogado sobre o apelo do presidente da Assembleia da República para que os partidos não façam "uma política de casos", Rio disse concordar com Ferro Rodrigues "no plano teórico", mas não se este se referia em concreto à forma como os sociais-democratas têm abordado a polémica das nomeações familiares no executivo e no Estado.

"Política de casos seria pegar em um, dois, três exemplos e não largar. Não é isso que se está a fazer [...]. Isto não é uma política de casos, é uma linha política que entendemos que não está correta de forma nenhuma, nomearem-se uns aos outros para o aparelho do Estado", afirmou.

Rio criticou ainda o projeto de lei do PS já conhecido, que pretende impedir nomeações familiares diretas por um governante até ao quarto grau, considerando que "é tapar o sol com a peneira".

"Mesmo que estivesse em vigor, tudo o que aconteceu podia acontecer na mesma. A ética não é legislável", defendeu.

Na sua intervenção na sessão solene, o deputado do PSD Pedro Roque avisou hoje que "os portugueses repudiarão" qualquer Governo que administre a 'coisa pública' como sua, rejeitando que "critérios 'clubístico-partidários' ou de nepotismo" se sobreponham ao interesse coletivo.

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