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Bloco lembra que "a terra está a arder" há mais de um ano em Pedorido

Em Pedorido, Castelo de Paiva, "a terra está a arder" desde os grandes incêndios de 2017, exigindo o BE que a população tenha informação sobre a qualidade do ar e avisando que "há mais escombreiras de minas" em Portugal.

Bloco lembra que "a terra está a arder" há mais de um ano em Pedorido
Notícias ao Minuto

19:52 - 04/02/19 por Lusa

Política Catarina Martins

O ponto de encontro foi o largo da igreja de Póvoa, onde habitantes de Pedorido esperavam a comitiva das jornadas parlamentares do BE e, especialmente, a coordenadora do partido, Catarina Martins.

Estrada acima e sempre com nuvens de fumo escuro no horizonte, ainda que espaçadas, o caminho a pé foi de cerca de 10 minutos, por entre poças de água e muita lama, com os populares a ajudar a escolher o melhor trilho, até chegar ao lugar onde máquinas e retroescavadoras tentam apagar o que há mais de um ano começou a arder.

"Esta foi uma das zonas afetadas pelo enorme incêndio de outubro de 2017, que foi uma tragédia terrível em tantos sítios do país e aqui o incêndio acabou por apanhar a escombreira de uma mina de carvão e a terra está a arder desde essa altura. O que estão a ver aqui está assim, a arder, há mais de um ano", relatou, aos jornalistas, Catarina Martins.

O BE, contou, "já cá esteve antes" e interveio "para garantir que todos os meios necessários eram colocados aqui no terreno", admitindo que esta é uma "situação complexa, que não se resolve do dia para a noite".

Quando chegou ao "estaleiro" onde as máquinas trabalhavam, a líder bloquista inteirou-se dos detalhes da operação com a responsável pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro no local.

"Há aqui duas coisas que nos preocupam muito. Por um lado, é a informação à população. Nós recebemos muitas queixas de quem aqui, muito aflito, sobre a qualidade do ar porque têm esta situação há mais de um ano e não têm nenhuma informação sobre as medições que estão a ser feitas à qualidade do ar", criticou.

Apesar da garantia que recebeu no local de que "quando há problemas com a qualidade do ar, param a intervenção e depois retomam", Catarina Martins condenou que à população não seja dada "nenhuma informação".

"E muito sinceramente eu creio que o facto de ser uma pequena povoação no interior faz com que tenha existido uma certa negligência na informação que nós não podemos aceitar", atirou.

A outra grande preocupação do BE é que "há mais escombreiras de minas por esse país".

"Não podemos fechar os olhos ao que está a acontecer, não podemos esquecer os tantos atentados ambientais que há no país, escombreiras de minas há várias e é importante lidar com elas, proteger o território porque a forma como foram licenciadas foi, no mínimo negligente", considerou.

Com as alterações climáticas, lembrou Catarina Martins, vai assistir-se "a fenómenos climáticos extremos mais vezes e mais frequentes".

"Proteger o território e investir no território para o preparar para as alterações climáticas é também uma obrigação do nosso Estado", defendeu.

No regresso ao ponto de encontro, os habitantes de Pedorido iam contando que os dias vão passando sem que se possa abrir uma janela ou estender a roupa, já que o fumo negro "até as árvores seca".

António da Costa Moreira, quase a completar 67 anos, nasceu na casa onde vive ainda hoje e, na despedida, aponta para o seu jardim, onde a brita "estava branquinha" e agora está quase preta.

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