Governo vai acabar com fases de combate a incêndios
O Governo vai eliminar as fases de combate aos incêndios florestais na nova diretiva operacional a sair até ao final do ano, anunciou hoje na Ericeira (Mafra) o ministro da Administração Interna.
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"Na nova diretiva operacional que o Governo se comprometeu a apresentar até ao final do ano, um dos elementos novos é o desaparecimento de fases, porque, como dramaticamente vimos em 2017, as duas ocorrências de maior gravidade decorreram fora da chamada Fase Charlie [a mais crítica], uma em junho e outra em outubro", afirmou Eduardo Cabrita, a dois dias de se completar seis meses desde o fogo de Pedrógão Grande.
"Temos de ter uma presença muito significativa ao longo de todo o ano e sobretudo uma grande flexibilidade na resposta do dispositivo", em termos de meios aéreos, admitiu o governante, que falava à margem da sua primeira inauguração de um posto da GNR nas atuais funções, neste caso na Ericeira (Mafra), no distrito de Lisboa.
O dispositivo em vigor prevê várias fases de combate a fogos florestais, disponibilizando meios em função das épocas do ano, sendo a mais crítica a fase Charlie, que decorre entre 01 de julho e 31 de setembro.
Na quinta-feira, o Governo autorizou em conselho de ministros 60 milhões euros para a contratação de 50 meios aéreos de combate a incêndios florestais para 2018 e 2019, mais nove aeronaves do que em anos anteriores, e o lançamento de um concurso público internacional para o efeito.
Dos 50 meios aéreos, 14 (10 helicópteros ligeiros e quatro aviões anfíbios médios) vão estar disponíveis todo o ano, um dos quais em permanência na Madeira.
Questionado sobre quando os meios aéreos vão ficar disponíveis, o MAI explicou que [o concurso] "será lançado com toda a urgência", mas assegurou que, "caso o concurso não esteja eventualmente concluído e exista a indicação de circunstâncias excecionais", o Governo e a Autoridade Nacional da Proteção Civil "não deixarão de recorrer aos mecanismos de urgência", garantindo os meios necessários para o combate.
Os meios aéreos "voarão mais horas, em todas as horas de luz. Além de água, usarão também gel e material retardante, que é uma nova técnica que em Portugal não era normalmente usada e que integrará as características do concurso", especificou Eduardo Cabrita.
Os 50 meios aéreos que vão ser alugados incluem 38 helicópteros ligeiros, um dos quais para a Madeira, para ataque inicial, seis aviões anfíbios médios, quatro anfíbios pesados para incêndios de grande dimensão e dois aviões ligeiros de avaliação e coordenação.
Alguns dos meios vão ser equipados com câmara de videovigilância e de infravermelhos.
Além dos 50 meios aéreos alugados, o combate aos fogos conta ainda com os meios próprios do Estado, sendo que estão aptos a voar seis dos nove existentes, três Kamov e outros três helicópteros ligeiros.
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