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"Cortes cegos" nos médicos tarefeiros são medida "irresponsável"

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) classifica como "cortes cegos" a redução de 35% com médicos tarefeiros, medida que considera irresponsável.

"Cortes cegos" nos médicos tarefeiros são medida "irresponsável"
Notícias ao Minuto

07:42 - 17/06/17 por Lusa

País Roque da Cunha

"É preciso contratar médicos e depois diminuir os prestadores. Não é fazer ao contrário. E acabar com os prestadores e não contratar médicos", afirmou o secretário-geral do SIM em entrevista à agência Lusa.

Roque da Cunha estima que com a imposição desta medida vão diminuir em 35% as cirurgias realizadas e aumentar em 35% as listas de espera.

"É perfeitamente iníquo", afirmou o sindicalista, para quem o principal problema estará nos hospitais de periferia. Só no Hospital do Litoral Alentejano, os médicos prestadores de serviço (contratados externamente) representam 60% do total.

O diploma de execução orçamental veio impor um corte de 35% na despesa com médicos que são contratados pelos hospitais a empresas, como externos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Nesse mesmo diploma, o Governo repôs 75% das horas extraordinárias recebidas pelos profissionais de saúde, que estavam a receber apenas 50%.

"É perfeitamente irresponsável, do nada, fazerem-se estes cortes cegos, medida orçamental meramente economicista", declarou Roque da Cunha.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, tem afirmado que a redução da despesa com médicos contratados externamente ao SNS é uma das medidas apoiadas pelos sindicatos.

O SIM tem efetivamente reclamado da despesa com médicos tarefeiros, apontando nomeadamente a diferença entre o que é pago a estes contratados em relação ao que recebem os médicos do SNS.

Contudo, Roque da Cunha considera que uma redução de 35% não pode ser imposta sem se acautelar a contratação de mais profissionais.

Segundo o ministro da Saúde, não haverá rutura nos hospitais e o Governo irá apoiar as unidades que autorizarem as contratações necessárias ao seu funcionamento.

"O senhor ministro pode dizer que vai haver uma transição, mas o que diz a lei são 35% a menos. Ponto", disse Roque da Cunha à Lusa.

O secretário-geral do SIM insiste que os hospitais precisam sobretudo de ser reforçados com assistentes graduados seniores, o topo da carreira médica.

Esta foi aliás uma das reivindicações que esteve na base da greve nacional de dias 10 e 11 de maio decretada pelas duas estruturas sindicais representativas dos médicos.

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