Um protesto de 17 horas marcado por violência. 'Guerra' vai continuar
Contra a vontade, os taxistas desmobilizaram o bloqueio na Rotunda do Relógio já de madrugada.
© Global Imagens
País Táxis
Foram mais de 17 horas de protesto: os taxistas manifestaram-se esta segunda-feira contra a regulação, proposta pelo Governo, da atividade das plataformas de transportes de passageiros como a Uber ou a Cabify.
Estava programada uma marcha lenta com início no Parque das Nações, em Lisboa, que deveria seguir até à Assembleia da República, mas não avançou além da Rotunda do Relógio.
Ali foi imposto um bloqueio que só desmobilizou já depois das 2h00 da madrugada, e só depois de a PSP ter avisado que ia começar a bloquear e a rebocar as viaturas que ali se mantivessem.
Esta batalha pode ter, assim, chegado ao fim, mas a guerra não terminou: o protesto continua na próxima segunda-feira, a partir das 08h00, prometeram as associações.
Durante o dia, os representantes do sector reuniram-se por duas vezes com o Governo, mas sem que as suas pretensões fossem atendidas.
O presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) e o seu congénere da Federação Portuguesa do Táxi (FPT) foram chamados para uma "reunião de urgência" no Ministério do Ambiente, depois de confrontos entre taxistas e a polícia.
No fim desse encontro, o ministro do Ambiente falou em "divergência profunda". À noite, em entrevista à SIC, João Pedro Matos Fernandes reforçou que o protesto se revestiu de caráter "ilegítimo" e que se tornou num "problema de ordem pública".
Recorde-se que alguns taxistas atiraram à polícia garrafas e o Corpo de Intervenção respondeu com gás lacrimogéneo, petardos e very lights.
Duas pessoas foram detidas no decorrer destes confrontos e uma outra foi detida na sequência de um ataque a um carro da Uber que circulava no local que acabou por ficar com os vidros partidos e portas amolgadas.
Dois dos três homens detidos foram entretanto libertados e serão julgados em processo sumário, anunciou a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).
Com ânimos exaltados na Rotunda do Relógio, o dia ficou ainda marcado por um outro incidente: um homem pendurou-se na ponte do viaduto, acabando por cair em plena rotunda. Foi assistido no local e encaminhado para o hospital.
Entretanto, ficou agendada nova manifestação para a próxima segunda-feira e pede-se a intervenção do Presidente da República no diferendo, com os profissionais do setor, a acusar o Governo de incapacidade de resolver o problema.
Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou "um episódio" mas aplaudiu as conversações com o Governo num "balanço global positivo".
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