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Preocupações "não são novas". PCP pede valorização de bombeiros

O secretário-geral do PCP defendeu hoje que é preciso valorizar e dignificar os bombeiros, sob pena de faltarem profissionais para socorrer a população, e comprometeu-se a voltar a apresentar iniciativas legislativas para o efeito.

Preocupações "não são novas". PCP pede valorização de bombeiros
Notícias ao Minuto

13:09 - 06/05/24 por Lusa

Política Paulo Raimundo

Após uma reunião com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), na sede nacional do PCP, em Lisboa, Paulo Raimundo salientou que o partido acompanha "há muitos anos" as preocupações destes profissionais, que "não são novas".

"Assumimos o compromisso de sempre que é, dentro desta ideia de levar os bombeiros a sério, procurar as soluções que respondam aos problemas mais prementes, desde logo as questões do financiamento, do reconhecimento da carreira e da profissionalização dos bombeiros, as questões dos seguros", frisou.

O secretário-geral do PCP destacou que o partido vai procurar, do ponto de vista legislativo, continuar esse compromisso e frisou que "95% do socorro em Portugal é feito por bombeiros".

"Ora, se 95% é feito por bombeiros, então é preciso dignificar, criar condições, para que esses 95% continuem a ser correspondidos porque, se não criarmos condições para isso, haverá muita gente que ficará sem condições de socorro e isso não pode acontecer", sublinhou.

Questionado se, apesar de, durante a 'geringonça', o PCP não ter conseguido implementar as suas propostas para os bombeiros, espera agora conseguir a sua aprovação no atual quadro parlamentar, Paulo Raimundo salientou que este "é o que existe".

"Nós não temos nenhuma ilusão daquilo que é o programa e os objetivos do Governo e a ideia que temos é que teremos um Governo que não resolverá nenhum dos problemas fundamentais que estão colocados também aos bombeiros", disse.

No entanto, Raimundo salientou que, no novo quadro parlamentar, o PCP não vai desistir de apresentar as suas propostas para valorizar estes profissionais.

"E diria que não será fácil, face à situação dos bombeiros, das associações humanitárias, os outros voltarem a fazer o que fizeram na legislatura passada, que foi chumbar as nossas propostas. Desafiamos os outros a ter essa coragem de, mais uma vez, chumbar as nossas propostas", disse.

Por sua vez, o presidente da LBP, António Nunes, salientou que o PCP "é dos partidos que mais sensibilidade tem tido ao longo dos tempos para as questões dos bombeiros" e destacou que a reunião de hoje teve como intuito transmitir três preocupações da liga.

A primeira, referiu, prende-se com o facto de não haver uma carreira nem um estatuto remuneratório para bombeiros, o que considerou ser "injusto, quer do ponto de vista social, quer da garantia para os próprios corpos de bombeiros da retenção destes profissionais".

"São profissionais que estão preparados para responder na primeira linha de emergência e que, muitas vezes, acabam por abandonar por falta de condições contratuais", salientou.

Por outro lado, António Nunes destacou também que existe "um subfinanciamento crónico" das associações humanitárias, e destacou que o ministério da Saúde deve "entre 25 e 30 milhões de euros" a várias associações.

"Nós fazemos primeiro os serviços, e depois um dia pagarão esses serviços, e os bombeiros nunca se recusam a fazer nenhum desses serviços, sejam eles de emergência ou não. E isso é uma desvantagem negocial que nós temos", disse.

Por último, o líder da LBP referiu que o terceiro problema que identificou tem a ver com a ausência de um comando nacional de bombeiros, lamentando que, apesar de no dia 15 de entrar num novo estado de alerta para os incêndios florestais, ainda não se consiga ter "bombeiros comandados por bombeiros".

António Nunes informou que, esta tarde, vai ter uma reunião com a ministra da Administração Interna para explicar algumas destas questões e salientou que já teve uma reunião com a ministra da Saúde e a secretária de Estado, mas espera ter outra nos próximos oito a dez dias que seja "mais temática".

Leia Também: "Truque". PCP critica propostas do Governo a professores e polícias

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