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Testada nova dieta para peixes para reduzir custos da aquacultura

Investigadores portugueses e espanhóis estão a testar com sucesso uma nova dieta para os peixes carnívoros no sentido de baixar os custos da sua produção em aquacultura sem comprometer a qualidade do produto.

Testada nova dieta para peixes para reduzir custos da aquacultura
Notícias ao Minuto

10:23 - 03/10/16 por Lusa

País Produção

Uma equipa de investigadores testou, com sucesso, "uma nova dieta para os peixes carnívoros produzidos em aquacultura", em vez das atuais rações, "demasiado dispendiosas", que "pode ajudar a solucionar um dos grandes desafios desta área de negócio", anunciou hoje a Universidade de Coimbra (UC).

Produzidas à base de farinha e óleo de peixe, "as rações atualmente comercializadas são demasiado dispendiosas" -- representam "até 60% dos custos totais da produção dos peixes carnívoros" -- e pouco sustentáveis.

A solução passa por inserir ingredientes de origem vegetal na dieta alimentar dos peixes, mas estes, como são ricos em hidratos de carbono, podem "alterar o metabolismo natural dos peixes e torná-los mais gordos, refletindo-se no crescimento, na textura e no sabor final da carne", diminuindo a qualidade.

Para esclarecer a situação, uma equipa de cientistas das universidades de Coimbra e de Barcelona, em Espanha, liderada por Ivan Viegas, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, preparou uma dieta experimental, substituindo 30% da ração comercial por uma ração à base de farinha de ervilhas, rica em hidratos de carbono, e fez ensaios com robalos, que são peixes carnívoros.

Depois de testes com robalos sujeitos à dieta experimental, os investigadores concluíram que estes peixes "toleram perfeitamente a dieta experimental, ou seja, a introdução de 30% de ingredientes de origem vegetal na alimentação destes peixes carnívoros".

A ração com 30% de ingredientes de origem vegetal "não compromete" o crescimento dos peixes, "nem promove significativamente a produção de gordura", afirma Ivan Viegas, citado pela UC.

"Não se notaram diferenças expressivas entre os peixes alimentados com as duas dietas diferentes", sublinha Ivan Viegas.

Tal significa que "uma dieta deste perfil fica muito mais barata para os aquicultores e não compromete a qualidade do produto para o consumidor final".

No entanto, observa Ivan Viegas, "analisou-se o fígado, o principal órgão de regulação de toda a 'maquinaria', mas é ainda necessário estudar outros 'componentes da máquina'".

"Temos já em conclusão uma análise do impacto desta mesma dieta rica em hidratos ao nível da gordura perivisceral (nas vísceras) e no músculo dos peixes", acrescenta Ivan Viegas.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o estudo, desenvolvido nos últimos três anos, foi publicado no Journal of Lipid Research, refere a UC.

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