Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

Presidente do Tribunal diz que juiza já não tem processos dos colégios

O Juiz Presidente do Tribunal de Leiria considerou inútil as ações dos colégios a pedir o afastamento da juíza nos processos que os opunham ao Ministério da Educação, uma vez que esta já não tem esses casos.

Presidente do Tribunal diz que juiza já não tem processos dos colégios
Notícias ao Minuto

11:51 - 05/08/16 por Lusa

País Leiria

Numa nota enviada à Lusa e assinada pelo Juiz Desembargador Presidente do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Leiria, este considera que se "verificou a inutilidade objetiva e superveniente dos incidentes deduzidos pelos colégios".

Representantes dos colégios Cidade Roda e João de Barros suscitaram o incidente de suspeição relativamente à juíza Eliana Pinto, alegando que ela tinha ligações ao PS, uma vez que tinha sido assessora de um secretário de Estado, dirigente do PS de Coimbra e vereadora eleita pelos socialistas na Pampilhosa da Serra.

No entanto, o Juiz Desembargador considera que houve uma "inutilidade objetiva" das ações, uma vez que a juíza em causa nunca foi titular desses processos, tendo estado apenas alguns dias com os processos, enquanto juíza de turno.

Na nota enviada para a Lusa, o juiz presidente explica todo o percurso dentro daquele tribunal dos processos dos colégios Cidade Roda e João de Barros.

Nos finais de maio deu entrada no TAF de Leiria o processo relativo ao Colégio Cidade Roda e em meados de junho o do Colégio João de Barros, tendo sido ambos atribuídos à juíza de Direito, Ana Luísa Borges, que ficou titular dos autos.

No entanto, na semana passada, a juíza de turno, Eliana Pinto, "proferiu despachos em ambos os processos a dispensar a produção de prova testemunhal", recorda o juiz presidente Antero Pires Salvador.

As requerentes dos dois colégios suscitaram o incidente de suspeição relativamente à juíza de Direito, mas uma semana depois os processos já estavam nas mãos de um outro juiz de turno, que iniciou funções esta quinta-feira.

"Não sendo a senhora juíza, Drª Eliana Pinto, titular desses processos, terminando o seu turno a 3/8/2016, nunca mais voltaria a proferir qualquer despacho nesses processos, assim se verificando a inutilidade objetiva e superveniente dos incidentes deduzidos pelos "Colégios", explica o juiz desembargador.

Este é mais um episódio na guerra que opõe os estabelecimentos de ensino privado com contrato de associação e o Ministério da Educação, por causa do despacho assinado este ano pela secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, que quis limitar os apoios financeiros apenas às zonas onde existe carência de oferta pública de escolas.

Muitos colégios avançaram judicialmente para contestar o despacho que veio introduzir limitações geográficas à origem dos alunos matriculados nos estabelecimentos privados.

Na segunda-feira foram conhecidas mais duas sentenças do TAF de Coimbra, que vieram dar razão aos colégios do Centro de Desenvolvimento Educativo de Cantanhede e Centro de Estudos Educativos de Ançã, decretando a suspensão do despacho da secretária de Estado.

Nesse mesmo dia, o Ministério da Educação anunciou que tinha suscitado o incidente de suspeição (pedido de afastamento) relativo ao juiz do TAF de Coimbra, por este ter anteriormente avançado com um processos contra o próprio ME.

No dia seguinte foi a vez dos representantes das escolas particulares com contratos de associação anunciarem que também eles tinham suscitado o Incidente de Suspeição relativamente à juíza Eliana Pinto, que, por seu turno, decidiu não decretar a providência cautelar na questão dos contratos de associação.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório