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"Foi um erro enorme olharmos uns para os outros como tendo lepra"

Artur Santos Silva, Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, afirma, em entrevista à Rádio Renascença, que os políticos de hoje estão mais preocupados em conquistar votos do que em deixar um legado positivo para o país. O antigo banqueiro aponta ainda três áreas chave que identifica como tendo prioridade relativamente a um possível consenso político.

"Foi um erro enorme olharmos uns para os outros como tendo lepra"
Notícias ao Minuto

13:38 - 30/04/14 por Notícias Ao Minuto

País Artur Santos Silva

“Os políticos não pensam em deixar legado bom para a história, para o futuro. Pensam só nos comportamentos imediatos dos cidadãos, com receio da maneira como os cidadãos os vão avaliar amanhã”, referiu Santos Silva em entrevista à Rádio Renascença relativamente à sua perceção sobre o atual estado da política e do sistema democrático e dos ciclos eleitorais e a forma como isso influencia a vida política.

Nesta toada, o presidente da Fundação Gulbenkian defende ainda que não existe necessidade de eleições antecipadas, apesar de defender um consenso alargado relativamente a questões centrais para o Estado, a bem do desenvolvimento do país, que o próprio elege.

“Acho que sem novas eleições legislativas não haverá condições para que se forme um consenso significativo. Acho que a única maneira de funcionar é como vimos acontecer em muitos países nórdicos com grandes coligações. Porém, um dos aspetos centrais de uma sociedade democrática tem a ver com a credibilidade das instituições. Portanto acho que quem tem um mandato de quatro anos para cumprir pode ter entendido que os resultados das políticas que lançou não são conseguidos de forma imediata”, afirmou o ex-banqueiro relativamente a um cenário de eleições antecipadas.

Relativamente à posição europeia face à crise das dívidas soberanas, mas também comentando a posição dos governos dos países mais afetados pela crise, Santos Silva refere que o caminho seguido foi a inverso do necessário para corrigir os desequilíbrios internos de cada país.

“A Europa com estas políticas vai percebendo que este não é o caminho. Não tenho dúvida que foi um erro enorme olharmos uns para os outros como tendo lepra. Os países que tinham mais problemas em vez de se juntarem e demonstrarem com todo o seu poder que o caminho ia ter resultados muito negativos para todos, não foi positivo”, concluiu.

Já sobre a questão dos consensos necessários a nível interno, Artur Santos Silva destaca a reforma do sistema de pensões, a aposta na Ciência e nas Universidades e uma reforma do sistema judicial, alegando que “a qualidade do sistema de justiça não corresponde minimamente às expectativas dos cidadãos” e que “temos que apostar no ensino superior e valorizar os nossos melhores, porque só assim podemos progredir”.

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