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Coração do rei D. Pedro IV exposto pela primeira vez ao público

No sábado, a mostra estará em funcionamento entre as 10 e as 20 horas. No domingo, as visitas decorrem das 10 às 16 horas. A entrada é livre.

Coração do rei D. Pedro IV exposto pela primeira vez ao público
Notícias ao Minuto

12:01 - 19/08/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

País coração D.Pedro

Antes de viajar temporariamente para o Brasil, no âmbito das celebrações do bicentenário da independência brasileira, o coração de D. Pedro IV estará pela primeira vez em exposição aberta ao público.

Este fim de semana, 20 e 21 de agosto, é possível visitar a herança do rei no Salão Nobre da Irmandade da Lapa, revela a Câmara Municipal do Porto.

No sábado, a mostra estará em funcionamento entre as 10 e as 20 horas. No domingo, as visitas decorrem das 10 às 16 horas. A entrada é livre.

Será o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a levar pessoalmente o coração de D. Pedro IV ao Brasil, durante a noite de 21 de agosto, com o apoio da Força Aérea brasileira. Na segunda-feira, o órgão chega ao Palácio do Planalto, em Brasília, para ser recebido com “honras militares”.

A relíquia participará nas celebrações durante 20 dias, regressando à cidade do Porto no dia 9 de setembro.

Depois da cerimónia, o coração será transportado para o Palácio Itamaraty, também na capital brasileira, onde ficará em exibição "controlada" até às comemorações do bicentenário da independência do país, a 07 de setembro, adiantou a autarquia, acrescentando que o mesmo viaja para o Porto no dia 08 de setembro, prevendo-se a sua chegada no dia seguinte. 

O executivo da Câmara do Porto aprovou a 18 de julho por unanimidade a transladação temporária do coração de D. Pedro para o Brasil no âmbito das comemorações do bicentenário da independência daquele país.

Na proposta, aprovada por unanimidade, o presidente da câmara, Rui Moreira, assinala que o município pretende autorizar a transladação temporária do órgão através da celebração de um contrato de comodato a celebrar com o governo brasileiro. 

"Tratando-se de um bem cultural, enquanto bem móvel que representa testemunho material com valor de civilização ou cultura, está sujeito a um especial regime de proteção e valorização", salienta. 

O autarca esclarece que para que a transladação não comprometesse a integridade do órgão foi pedida uma peritagem técnica ao Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, que concluiu ser possível realizar a mesma, mediante a "exigência de um transporte em ambiente pressurizado". 

"A Câmara Municipal do Porto assegurará todas as diligências necessárias, assim como a articulação com outras entidades, em especial com as autoridades brasileiras, no que concerne à segurança da operação de transporte", afirma o autarca, adiantando que os custos serão assumidos pelo governo brasileiro.

Em 22 de junho, o presidente da Câmara Municipal do Porto anunciou que a trasladação do coração de D. Pedro para o Brasil, no âmbito das comemorações do bicentenário da independência deste país, seria autorizada.

A 30 de maio, o embaixador brasileiro George Prata, um dos coordenadores das comemorações, anunciou que o governo do seu país tinha enviado um pedido oficial a Portugal para a trasladação do coração de D. Pedro. Disse também que, se a trasladação fosse possível, a ideia é que, "em primeiro, o coração vá para Brasília", capital do país.

O rei D. Pedro I do Brasil e D. Pedro IV de Portugal foi o monarca que conduziu o Brasil, antiga colónia portuguesa, à independência e cujo corpo se encontra na cidade brasileira de São Paulo.

O coração que D. Pedro IV doou ao Porto não está guardado a sete chaves, mas são precisas cinco, mais mil cuidados e uma complexa operação para o retirar do mausoléu da igreja da Lapa, como aconteceu em 2009.

A descrição foi feita em 2013 à Lusa por Ribeiro da Silva, historiador e mesário da Ordem da Lapa, alertando para a fragilidade do coração do "Rei Soldado", que morreu em Queluz em setembro de 1834 e chegou ao Porto em fevereiro de 1835.

"Não podemos vê-lo porque o coração é um órgão frágil e este tem muitos anos. Receamos que possa estar em estado precário. As operações são muito complexas, tudo isso agita muito e temos receio de um mau resultado. Tentamos que se abra o menos possível", observou o professor, em entrevista à Lusa.

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