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Câmara e pescadores alertam para perigo do assoreamento da barra

A Câmara Municipal, armadores e pescadores de Tavira alertaram o Governo para o perigo que o assoreamento da barra e dos canais da Ria Formosa representam para a navegação e exigem a reposição urgente das condições de navegabilidade.

Câmara e pescadores alertam para perigo do assoreamento da barra
Notícias ao Minuto

08:32 - 05/04/14 por Lusa

País Tavira

Em declarações a agência Lusa, o presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, disse acompanhar com "muita preocupação" a falta de dragagens da barra e dos canais de Santa Luzia, Cabanas e Tavira, assim como o atraso nas obras do molhe nascente e do porto de pesca da cidade, que permitiriam "dar condições de trabalho aos pescadores" e "prevenir" um "risco enorme" que existe para circulação marítima.

Também o presidente da Associação de Armadores e Pescadores de Tavira (APTAV), Leonardo Diogo, criticou à Lusa o assoreamento da barra, para o qual "pescadores e câmara estão alertando as autoridades há longos meses" e que pode "causar mais acidentes e mortos", como aconteceu com um pescador lúdico que perdeu a vida em janeiro.

Leonardo Diogo disse que a barra é "utilizada por pescadores de cinco comunidades" - Tavira, Santa Luzia, Cabanas, Fuzeta e Monte Gordo. No ano passado geraram vendas de 3,8 milhões de euros nas lotas de Tavira e Santa Luzia e são, em muitos casos, o único sustento das famílias. É por isso que reclamam "condições para trabalhar".

"A barra de Tavira está muitíssimo perigosa, arrisca-se a ficar não navegável a muito breve trecho e ainda há muito pouco tempo houve lá um acidente mortal", afirmou Jorge Botelho, frisando que é "um investimento do Estado que tarda" e está a tornar-se "urgentíssimo por a cidade organizar, em julho, os Campeonatos Mundiais da Juventude de vela ligeira, com 74 países e cerca de 400 participantes até aos 18 anos".

Jorge Botelho considerou que a realização de "um evento mundial" torna "fundamental que o Governo olhe para o problema" e alertou para, durante a competição, haver "muitos jovens a passar pela barra", frente à qual está situado o campo de regatas.

"São vários motivos para que o Governo alivie ou ponha como grande prioridade esta intervenção nos canais e na barra de Tavira, porque como está - e dizem os profissionais do setor e temos essa perceção porque a areia é visível na vazante - a coisa tornar-se-á potencialmente muito perigosa", advertiu.

O autarca receia ainda que impulsos positivos proporcionados pela distinção de Tavira como comunidade representante da Dieta Mediterrânica - Património Imaterial da Humanidade - ou pela crescente procura turística possam ser afetados negativamente por um potencial acidente.

Outra consequência do assoreamento é a deficiente circulação da água dentro da Ria Formosa, que afeta a produção de bivalves, "sustento de muitas famílias do concelho", alertou ainda Jorge Botelho.

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