Ministro confiante que sanções à Bielorrússia vão "produzir resultados"
O ministro da Defesa Nacional mostrou-se hoje confiante de que as sanções impostas pela União Europeia à Bielorrússia vão "produzir resultados", numa altura em que milhares de migrantes e refugiados continuam nas fronteiras deste país.
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País Migrações
João Gomes Cravinho falava aos jornalistas à margem da 3ª edição do Seminário de Defesa, no Instituto de Defesa Nacional, em Lisboa, altura em que abordou a crise humanitária vivida nas fronteiras da Lituânia, Letónia e Polónia com a Bielorrússia, voltando a vincar a importância da cooperação entre União Europeia e a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
"Olhemos para os desafios que nós temos hoje no horizonte, por exemplo, o que se passa na fronteira da Polónia e da Lituânia com a Bielorrússia, em que migrantes estão a ser instrumentalizados: isto é um ataque, claramente é um ataque contra os nossos aliados, países membros da UE, mas é um ataque que não permite uma resposta de natureza militar", disse.
Questionado sobre o tipo de instrumentos disponíveis, Gomes Cravinho referiu que estes podem ser de dois tipos: "de natureza defensiva, para a Polónia e a Lituânia, ajudando a criar condições para que possam responder evitando a entrada de migrantes politicamente instrumentalizados no seu território".
Outro instrumento é a "capacidade de imposição de sanções que a União Europeia tem", acrescentou.
"E as indicações que nós temos é que a Bielorrússia já está a sentir de forma muito significativa o impacto das sanções e estamos confiantes que esse instrumento vai produzir os resultados que queremos", defendeu.
Este domingo, a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, prometeram o seu apoio à Lituânia face à guerra híbrida organizada pelo regime do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
Von der Leyen sublinhou que a UE continuará a apoiar a Lituânia e triplicará o financiamento para a gestão de fronteiras no país, na Letónia e na Polónia, para 200 milhões de euros, este ano e no próximo.
A Comissão Europeia anunciou na passada terça-feira a mobilização de até 3,5 milhões de euros para apoiar os regressos voluntários dos migrantes na Bielorrússia aos países de origem, principalmente ao Iraque, estando ainda a trabalhar numa proposta com medidas urgentes.
Numa altura de tensão nas fronteiras externas da União Europeia (UE) com a Bielorrússia, devido à pressão migratória e em que dezenas de migrantes já perderam a vida, Bruxelas propôs já um pacote de medidas para fazer face à situação, que a instituição rejeita classificar de crise migratória.
A UE tem vindo a apertar as sanções à Bielorrússia desde outubro de 2020, acompanhando a situação no país, depois de terem sido adotadas em resposta às eleições presidenciais de agosto do ano passado, que a UE considera terem sido fraudulentas e manipuladas, não reconhecendo a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko.
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