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Assis pede "sobressalto cívico" à esquerda para derrotar extrema-direita

O ex-eurodeputado Francisco Assis pediu hoje "um sobressalto cívico" à esquerda democrática para que a candidata presidencial Ana Gomes fique não só "em segundo", mas também "a uma larga grande distância" do candidato "da extrema-direita".

Assis pede "sobressalto cívico" à esquerda para derrotar extrema-direita
Notícias ao Minuto

22:23 - 21/01/21 por Lusa

Política Presidenciais

Em declarações aos jornalistas, no Coliseu do Porto, minutos antes de participar no comício de encerramento da campanha - quase exclusivamente online - o atual presidente do Conselho Económico e Social considerou que as eleições presidenciais de domingo serão "um momento decisivo" na vida democrática portuguesa.

"É muito importante que a dra. Ana Gomes fique em segundo lugar nas eleições presidenciais, estou convencido isso está mais ou menos garantido, mas que fique a uma larga distância do candidato da extrema direita, porque se isso não acontecesse seria um mau sinal e um prenúncio muito negativo para o país", afirmou, sem nunca referir o nome de André Ventura

O antigo líder parlamentar do PS apelou, por isso, a um "sobressalto cívico" de todos os que se reveem nos valores e princípios da esquerda democrática para que superem as "pequenas razões" que possam ter para não votar na antiga eurodeputada e se unam no voto em Ana Gomes.

"Estou absolutamente confiante, depois desta campanha, que foi esclarecedora, que haverá um sobressalto cívico da esquerda democrática e desse sobressalto resultará numa adesão e votação na candidatura de Ana Gomes", afirmou.

Pouco depois, na sua intervenção no comício, Francisco Assis fez duras críticas a André Ventura, sem nunca o referir pelo nome, considerando que o líder do Chega está a "ensaiar a criação de uma personagem protofascista", "um pequeno projeto de Benito Mussolini",

"Não é apenas um populista, este candidato foi muito mais longe do que o populismo, muito mais longe até do que o racismo e a xenofobia", afirmou, criticando o discurso de insultos e de incitação ao ódio e à violência.

O antigo eurodeputado socialista lamentou "não ter ouvido ainda ninguém do PSD" contestar as comparações que André Ventura faz de si próprio com Francisco Sá Carneiro, dizendo tratar-se de "um insulto à memória do fundador do PSD".

"Não é um voto útil que estou a pedir, é um voto pelas nossas convicções mais profundas, pelos valores e princípios", afirmou, frisando que não anda "a torto e a direito a chamar fascistas às pessoas".

Questionado pelos jornalistas se este apelo, na véspera do final da campanha, não chega tarde, Assis respondeu: "Não, no domingo não é tarde, na segunda-feira é que pode ser tarde"

"O resultado das eleições de domingo pode ser determinante para o futuro da vida democrática em Portugal", avisou.

Assis foi ainda questionado se "não é pouco ambicioso" apelar ao voto para que Ana Gomes fique em segundo lugar, mas considerou que há que ser realista.

"Não ignoramos a realidade, é óbvio que o professor Marcelo Rebelo de Sousa na primeira volta vai ficar em primeiro, a questão é se vai haver segunda volta", disse.

O único comício da campanha decorreu, durante quase duas horas, a partir do Coliseu do Porto, onde estiveram presencialmente, além da candidata e do atual presidente do Conselho Económico e Social Francisco Assis, o deputado do PS Tiago Barbosa Ribeiro, que falaram a partir de um púlpito e perante uma sala apenas com alguns jornalistas.

À distância, entraram no comício Isabel Soares, mandatária nacional e filha do fundador do PS Mário Soares, o histórico socialista Manuel Alegre, o ex-ministro do Trabalho Paulo Pedroso e a deputada do PAN Bebiana Cunha, bem como a dirigente do Livre Isabel Mendes Lopes, entre outros, num total de dez oradores.

Leia Também: Ana Gomes compreende medidas e considera que não afetam campanha

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