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Urgência geral do Garcia de Orta "em rotura". "Médicos estão em exaustão"

A denúncia é feita pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul. Profissionais garantem que, neste momento, a segurança dos doentes "está em risco".

Urgência geral do Garcia de Orta "em rotura". "Médicos estão em exaustão"
Notícias ao Minuto

10:06 - 03/10/20 por Notícias ao Minuto

País Sindicato

"Se não forem tomadas medidas, irá haver uma rotura na capacidade de resposta a curto prazo" do serviço de urgência geral do Hospital de Garcia de Orta, alertou, este sábado, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul. 

De acordo com estrutura sindical, um ano depois da demissão em bloco dos chefes de equipa do serviço de urgência geral e do encerramento noturno do serviço de urgência pediátrica do Hospital "nada mudou", tendo a situação se agravado devido à pandemia. "Neste momento a segurança dos doentes e profissionais está em risco", garantiu ainda o sindicato, em comunicado. 

Recordando que o Garcia de Orta "é um Hospital Central", cuja afluência média é "de 300 doentes adultos por dia e com uma área de influência direta de 350.000 habitantes", a situação de pandemia, ao obrigar à criação de circuitos diferenciados para doentes suspeitos de Covid-19 e não suspeitos, "multiplicou os espaços de trabalho no serviço de urgência, para o mesmo número insuficiente de médicos".

"Desde o início da pandemia que os médicos especialistas que exercem funções no serviço de urgência geral e enfermarias médicas para doentes Covid-19 e não Covid-19 têm estado a trabalhar com grande dedicação, ultrapassando em centenas o limite de horas extraordinárias estipulado por lei. Neste momento, a escassez de recursos é tal que a capacidade de resposta a doentes médicos no serviço de urgência está abaixo dos mínimos estipulados, e a assistência a doentes internados com patologia Covid-19 e não Covid-19 está em risco", é sustentado. 

Também de acordo com o sindicato, os "médicos estão em exaustão", encontrando-se a trabalhar em condições "que não permitem garantir a capacidade de resposta às exigências do momento atual". 

Sobre a urgência de Pediatria, que se mantém encerrada durante o período noturno, tem-se verificado, "em situações extremas", que existem casos de crianças que recorrem ao serviço de urgência geral, "onde não há médicos pediatras para dar resposta".

Para o sindicato, a presente situação demonstra, assim, "a ausência de medidas concretas para reforçar o Serviço Nacional de Saúde", bem como "a falta de medidas para preparar antecipadamente o próximo outono/inverno", o que compromete seriamente a resposta à pandemia e a manutenção dos cuidados prestados a doentes com patologia não-Covid-19".

"O Sindicato dos Médicos da Zona Sul relembra que, desde o início desta legislatura, a Ministra da Saúde recusa reunir com os sindicatos médicos - esta situação é totalmente incompreensível e responsabilizamos, desde já, a ministra e o poder político pela incapacidade do Serviço Nacional de Saúde em dar resposta aos cidadãos portugueses, que não veem respeitado o seu direito à saúde", é ainda denotado na nota em causa. 

Recorde-se que, na passada segunda-feira, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) também advertiu para o facto de o serviço de urgência geral do Hospital Garcia de Orta estar em “sério risco de encerramento”. Numa nota enviada às redações, o SIM garantiu que, perante a pandemia da Covid-19, ficou demonstrado que o espaço do Garcia de Orta é “muito reduzido e de difícil ajuste”, que o número de médicos especialistas em medicina interna é “reduzido” e que o hospital perdeu “multidisciplinariedade na abordagem aos doentes” com a saída de outras especialidades.

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