"As especificidades, muitas vezes as fontes de insucesso escolar são diferentes e, nesse sentido, é importante confiar nas escolas e cada vez que nós confiamos nas escolas elas têm dado a resposta certa. E é o caso desta escola", afirmou, em declarações aos jornalistas.

O ministro falava na Escola EB 2,3 de Cristelo, no concelho de Paredes, um dos estabelecimentos de ensino que nos últimos três anos desenvolveu um projeto pedagógico próprio, no contexto de uma política de maior autonomia concedida pela tutela.

"Esta é uma das propostas apresentadas no âmbito da autonomia de cada uma das escolas para responder a uma questão central do sistema educativo que é o insucesso escolar", referiu o governante, depois de percorrer o estabelecimento e falar com alunos e docentes sobre o trabalho que tem sido realizado.

Naquele estabelecimento com cerca de mil alunos, não houve reprovações no final do 4.º e 6.º anos de escolaridade. Há três anos, quando começou o projeto, havia 48% dos alunos sem notas negativas, mas atualmente são 80%.

No 9.º ano, as reprovações há três anos, eram de 33% e baixaram para zero no ano passado e 7% este ano.

"Estes indicadores, que são tangíveis, conseguem dar-nos uma imagem muito concreta daquilo que é o sucesso deste projeto", afirmou o diretor do agrupamento, Mário Rocha.

O ministro defendeu hoje a importância de serem dadas "ferramentas para que as escolas, dentro da sua autonomia, possam construir cada um dos seus projetos pedagógicos, para exponenciar o processo de ensino e aprendizagem".

Para Tiago Brandão Rodrigues, "estes esforços de flexibilização, sempre baseados na autonomia das escolas, dão a cada uma a oportunidade de desenhar o seu projeto pedagógico", acentuando que "um projeto pedagógico que funcione num grande bairro, de uma grande urbe, é necessariamente diferente de um projeto pedagógico que funciona em Paredes, no Alto Minho, no Alentejo ou em qualquer outra parte do território nacional".

Por seu turno, o diretor do Agrupamento de Escolas de Cristelo explicou aos jornalistas que o plano desenvolvido para o estabelecimento comporta uma "integração pedagógica" que permite a integração das "várias disciplinas à roda de quatro diferenciais", do primeiro ao nono ano de escolaridade.

Cada um dos referenciais de integração dura oito semanas e no final há uma interrupção letiva.

"Cozinha pedagógica", "Nós e a Europa", "Entre Artes" e "Jogos Olímpicos 2035" são os referenciais acordados com os alunos, contando com o envolvimento dos pais em várias atividades.

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