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Emergência transfronteiriça precisa de "menos burocracia"

O capitão do porto de Caminha e comandante da Polícia Marítima local disse hoje que a cooperação transfronteiriça em matéria de proteção civil precisa de menos "burocracia" para funcionar de forma mais "eficaz e eficiente".

Emergência transfronteiriça precisa de "menos burocracia"
Notícias ao Minuto

17:23 - 15/03/19 por Lusa

País Polícia marítima

"Temos de tentar perceber as lacunas de cada lado e agilizar o empenho dos meios no terreno. Tem de ser algo mais fácil de fazer. Não estamos sujeitos a tanta burocracia como a que nós sentimos na preparação deste exercício, há mais de cinco meses", afirmou Pedro Costa.

O responsável, que falava aos jornalistas no final do simulacro realizado hoje no rio Minho, em Caminha, disse ser necessário "potenciar a articulação entre as entidades das zonas de fronteira"

"Temos muita gente, mas a articulação ainda não é a melhor", adiantou, reforçando que o exercício teve um "balanço muito positivo" e que permitiu, "partilhar experiências".

O exercício simulou a colisão de um Canadair espanhol, envolvido em operações de combate a fogos florestais, que se preparava para recolher água no rio internacional, e o 'ferryboat' que assegura a ligação fluvial entre a vila portuguesa e a localidade galega de La Guardia.

Pedro Costa referiu que "as zonas de fronteira têm de ser tratadas de forma diferente" e defendeu a necessidade de serem criados "mecanismos ágeis, de forma que as ações sejam mais eficazes e mais eficientes no terreno".

"É nisto que temos que trabalhar todos. Este foi grande pontapé de saída em que houve, sobretudo vontade das entidades envolvidas de realizar o exercício. Agora temos muito em que trabalhar", reforçou Pedro Costa.

No total, estiveram envolvidos 106 operacionais portugueses e espanhóis, de 16 entidades com responsabilidade em matérias de proteção civil, busca e salvamento em águas de jurisdição marítima.

O Comandante Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, que com a capitania de Caminha organizou o exercício, adiantou que, "na prática, a cooperação transfronteiriça funciona", mas defendeu a necessidade de "aliviar a carga burocrática" que a mesma implica.

"Temos que nos sentar à mesma mesa e fazer o trabalho de casa para identificar o que correu menos bem e o que correu muito bem. Só depois podemos encontrar soluções de cada entidade, de parte a parte, para melhorar a cooperação", afirmou Marco Domingues.

O comandante operacional nacional de Proteção Civil, Brigadeiro General Duarte da Costa, destacou que entre as "várias finalidades" o exercício permitiu preparar o Cascade 2019, "o maior exercício de proteção civil que a União Europeia vai realizar este ano e que vai decorrer em Portugal".

"Foi um grande exercício para treinarmos para o Cascade 2019 que vai decorrer entre 28 de maio e 01 de junho em Aveiro, Lisboa, Setúbal, Évora e com a participação de operacionais de Espanha, França, Bélgica, Alemanha e Croácia. Vai ser o grande exercício de proteção civil na Europa", destacou.

A colisão entre a aeronave e o 'ferryboat' Santa Rita de Cássia, que através do rio Minho liga Caminha a La Guardia, provocou oito feridos entre as 22 pessoas que transportava, 16 passageiros e seus tripulantes e envolveu diversos meios operacionais de socorro de 16 entidades portuguesas e galegas.

Entre os feridos, dois foram classificados como graves, sendo um resgatado por uma embarcação da Polícia Marítima de Caminha e, o outro evacuado, por um helicóptero espanhol para o hospital.

Para o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, o exercício que envolveu a embarcação do município permitiu preparar os oito tripulantes para situações de emergência.

"Desde 2015 o ferry já transportou 420 mil pessoas dos dois lados do rio Minho. Em 2018, 90 mil pessoas fizeram esta travessia. Pode acontecer a qualquer momento uma tragédia e, nós temos de estar preparados para reagir bem e de forma coordenada a essa tragédia", afirmou o autarca socialista,

O treino contou com a participação da Comandância Naval do Minho e a Agência Galega de Emergências (AXEGA).

Durante o exercício será acionado o ARIEM-112 que dispõe de uma plataforma informática, através da qual são feitos os pedidos de ajuda internacional e acionados os meios inseridos nessa plataforma. O serviço está ainda dotado de um sistema de videoconferência que permite interligar os parceiros das três regiões.

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