"Se a PSP não estivesse lá...". A carta de vítima de violência doméstica
Mulher fez questão de agradecer a ajuda que um agente da Polícia de Segurança Pública lhe deu quando estava a ser perseguida pelo ex-companheiro.
© Global Imagens
País Porto
Ana foi “vítima de violência doméstica durante 14 anos” mas, atualmente, está separada do agressor, o pai dos seus dois filhos.
No entanto, o divórcio não foi o suficiente para manter o perigo longe, até porque continua a ser obrigada a conviver com o ex-companheiro devido às crianças.
No último sábado, dia de os dois filhos estarem com o pai, Ana caminhava na Rua de Latino Coelho junto à Praça do Marquês, no Porto, para os levar à companhia do progenitor quando este a viu e a começou “perseguir”.
“Aterrorizada” e “sem conseguir falar”, Ana pediu ajuda a um agente da PSP que se encontrava a patrulhar aquela zona e que, escreveu a mulher na carta que enviou à Polícia de Segurança Pública, “teve uma grande atitude, um excelente profissionalismo”.
“Conseguiu fazer-me sentir em segurança. Mesmo não sendo a sua especialização [violência doméstica, o agente] recorreu a todos os meios para que eu ficasse em segurança”, lê-se no Facebook da PSP.
Ana agradece "imensamente” ao agente Bruno Alexandre Pinto pela sua “simpatia, profissionalismo, tempo, dedicação e gentileza”, garantindo que “por momentos” teve o condão de a fazer “esquecer” da sua situação.
“Conseguiu fazer-me esquecer aquilo que sou: uma fugitiva (porque toda esta situação faz-me sentir assim, sempre que ando na rua assustada que ele, ou alguém que o conheça me veja ou que ele me apanhe e cumpra as ameaças). Se o senhor agente não estivesse lá não sei como acabava. Um muitíssimo obrigado”, acrescenta Ana.
Este é, infelizmente, apenas mais um episódio de violência doméstica dos tantos que atormentam, em particular, muitas mulheres portugueses.
Ainda hoje, um homem foi esfaqueado pelo ex-namorado da amiga, em Vila Nova de Gaia, e outro foi detido por raptar e violar a ex-companheira em Arouca.
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