"É hora de lutarmos com garra". Chegou o dia da greve às aulas pelo Clima
Greve climática acontece, esta sexta-feira, em muitas cidades do país mas em muitas mais mundo fora. O objetivo é comum: alertar os líderes mundiais para a urgência do combate às alterações climáticas, uma realidade que está diante dos olhos do mundo.
© Greve Climática Estudantil
País Ambiente
Quando forem 10h30, alunos de várias escolas do país vão faltar às aulas para gritar bem alto e exigir "compromissos sérios" por um futuro sustentável. E se já não podemos evitar ou reverter as alterações climáticas, devemos agarrar a "última oportunidade" de garantir a continuidade da vida no Planeta.
São pelo menos 26 as cidades do território continental e ilhas que hoje vão juntar alunos na greve climática estudantil, um movimento mundial (#SchoolStrike4Climate) inspirado na adolescente sueca Greta Thunberg, nomeada para Prémio Nobel da Paz.
Os estudantes portugueses não quiseram ficar de fora do movimento e espera-se uma adesão em massa. “O objetivo é chamar à atenção das entidades governamentais, neste caso o governo de Portugal, para a urgência que enfrentamos”, explicam, dando conta das principais exigências: “Exigimos ao Governo que faça da resolução da crise climática a sua prioridade, cumprindo com seriedade o Acordo de Paris e as metas ambientais estabelecidas pela União Europeia”.
Com esta iniciativa, os jovens querem fazer passar a mensagem de que estão atentos. “Chega de comprometerem de forma egoísta o nosso futuro na Terra. É hora de nós, jovens e estudantes, lutarmos com garra”, lê-se no site da greve climática estudantil de Portugal.
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“As alterações climáticas vão continuar a intensificar-se se não for posto um travão. Quem é que o irá pôr? Nós, todos juntos”, escrevem os estudantes portugueses da greve climática estudantil no seu manifesto. Acusam os líderes, tanto nacionais como mundiais, de terem falhado e de agirem de forma "egoísta" e "despreocupada". “E não são capazes de responder com eficiência e urgência à crise climática que aumenta todos os dias diante dos nossos olhos”, concretizam, lamentando que o sistema coloque sempre o interesse económico à frente do interesse humano e natural.
No manifesto o movimento português refere que é pacífico e não-violento, determinado e organizado e apartidário.
O PAN - Pessoas - Animais - Natureza irá marcar presença na greve estudantil. O deputado André Silva vai juntar-se à marcha que vai do Largo de Camões até à Assembleia da República, entre as 10h30 e as 13h30 de sábado, enquanto, noutros pontos do país, outros elementos do partido vão também juntar-se à iniciativa que pretende trazer o ambiente virtual para as ruas e dar voz ao mote #FazPeloClima.
“Os atos de rebeldia por uma causa são sinais evidentes que os nossos jovens estão atentos e ativos, ao contrário do que nos querem muitas vezes fazer acreditar dizendo que os jovens nunca foram tão apáticos e desinteressados por questões políticas e cívicas fundamentais. São sinais de esperança por aqueles que serão os futuros governantes e que ocuparão cargos sociais decisivos no combate às alterações climáticas e na defesa”, afirmou André Silva.
Além do PAN, também o Bloco de Esquerda manifestou apoio à iniciativa. Assim como a Associação 25 de Abril que enalteceu os valores dos jovens comparando-os aos valores dos que participaram na Revolução dos Cravos que ano assinala 45 anos.
Em Portugal estão previstos protestos, entre outras cidades, em Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Covilhã, Aveiro, Évora e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.
Segundo a organização, centenas de milhares de alunos são esperados em mais de 100 países, numa greve mundial das escolas pelo clima que visa exigir dos políticos ações concretas contra as alterações climáticas. De acordo com a página eletrónica www.fridaysforfuture.org, que reúne os protestos anunciados em todo o mundo, até hoje à tarde estavam previstas 1.693 manifestações em 106 países.
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