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Câmara de Lisboa aprova contratação da obra para Praça de Espanha

A Câmara de Lisboa aprovou hoje em reunião do executivo municipal a contratação da obra para a criação de um parque verde na Praça de Espanha, transformando a rede viária atual em dois grandes cruzamentos.

Câmara de Lisboa aprova contratação da obra para Praça de Espanha
Notícias ao Minuto

18:52 - 14/02/19 por Lusa

País Obras Públicas

A decisão de contratar a empreitada para o projeto de "rede viária e espaços exteriores da Praça de Espanha" foi aprovada com os votos contra dos vereadores do CDS-PP e do vereador do PSD João Pedro Costa, enquanto a social-democrata Teresa Leal Coelho se absteve, e PS, PCP e BE votaram a favor.

A empreitada tem um preço base de 6 milhões e 637 mil euros, com um prazo de 10 meses para a execução da obra, mais um ano de manutenção de espaços verdes.

O vereador do CDS-PP João Gonçalves Pereira reconheceu como aspetos positivos do projeto os espaços verdes e arranjos exteriores, assim como o aumento de área para corredores BUS, mas criticou a ausência de debate público relativamente à solução viária, que considera estar a ser decidida com base num "estudo de tráfego enviesado, sem adesão à realidade".

Segundo João Gonçalves Pereira, o estudo limita-se "às ruas circundantes", "nem chega a Sete Rios", e apresenta como alternativa o eixo norte-sul, "atualmente já fortemente pressionado", como a própria Praça de Espanha, que se constituiu como alternativa desde as alterações no eixo central.

"O CDS tinha-se abstido na votação da constituição da unidade de execução da Praça de Espanha com o compromisso do presidente da Câmara de estudar várias soluções para a rede viária. A solução apresentada é exatamente igual. Se a palavra dada não é palavra honrada, quem não se sente não é filho de boa gente", disse, justificando o voto contra do CDS.

A vereadora do PSD Teresa Leal Coelho desvalorizou à Lusa que os eleitos sociais-democratas tenham votado de forma distinta, sublinhando que têm "um acordo muito claro de liberdade de voto".

Teresa Leal Coelho, que se absteve, defendeu que a proposta "pode ser melhorada", e, nesse sentido, vai apresentar propostas de alteração, como "soluções de ajuste" do desenho viário e criação de um túnel num dos cruzamentos, bem como estacionamento para moradores e visitantes da zona.

A vereadora ainda pediu o adiamento da votação da proposta, o que não foi aceite, alegando que o projeto da rede viária foi distribuído aos vereadores "tarde e a más horas" e "depois de muita insistência".

O vereador do PSD João Pedro Costa, conforme já tinha afirmado à Lusa na segunda-feira, argumentou que "o esquema viário da Praça de Espanha vai dificultar radicalmente a vida das pessoas no Bairro de Santos ao Rego, trazendo o tráfego da praça para o interior do Bairro, em particular nas horas de ponta".

João Pedro Costa avançou ainda que o partido vai apresentar na próxima reunião de câmara uma proposta para que seja criado um silo automóvel para moradores na Rua Santos Dumont, para compensar a perda de "lugares no separador central" daquela via.

Os vereadores do PCP votaram a favor, considerando que "a solução dos espaços verdes é uma boa solução, que resulta de um bom debate público", que envolveu um concurso de ideias para a zona, conforme disse à Lusa o vereador Jorge Alves.

"Acompanhamos, contudo, preocupações sobre a necessidade de atualização de estudos de tráfego, que ajudem a resolver previsíveis problemas naqueles cruzamentos, e no aumento de tráfego nos bairros adjacentes e na carga que vai ter o eixo norte-sul", argumentou o vereador comunista.

Também o BE, que tem um acordo de governo da cidade com o PS, votou favoravelmente à contratação da obra, argumentando que vai beneficiar a zona e devolver espaço público aos munícipes, sendo "bom para a cidade", conforme expressou à Lusa fonte oficial do vereador Manuel Grilo.

A mesma fonte acrescentou que "o parecer sobre o tráfego nunca diz em momento algum que vai piorar".

O parque da Praça de Espanha, que deverá estar concluído em 2020, vai contar com "um número muito significativo de árvores", zonas de "clareiras de fruição", parques infantis, esplanadas e quiosques, retomando a água como "elemento central" do espaço, conforme destacou o presidente da Câmara na apresentação do projeto na segunda-feira.

Fernando Medina (PS) considerou que o parque irá "permitir uma melhor vivência" a todas as pessoas "que vão poder atravessar a pé a Praça de Espanha, utilizando uma ponte pedonal" que a ligará à Gulbenkian.

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