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Investigadores de Coimbra desenvolvem aerogel sem pós e partículas

Um aerogel que não liberta pó nem qualquer outro tipo de partículas foi desenvolvido por investigadores de Coimbra na sequência de um desafio lançado pela Agência Espacial Europeia, anunciou hoje a Universidade desta cidade.

Investigadores de Coimbra desenvolvem aerogel sem pós e partículas
Notícias ao Minuto

11:06 - 12/02/18 por Lusa

Tech Inovação

Uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra e da empresa Active Aerogels, também de Coimbra, criou "um novo aerogel em resposta a um desafio lançado pela Agência Espacial Europeia (ESA)", afirma a Universidade de Coimbra (UC), numa nota enviada hoje à agência Lusa.

"Apesar das características únicas que os atuais aerogéis produzidos pela empresa de Coimbra", que possuem "super isolamento térmico, extrema leveza e flexibilidade", a sua "aplicação no setor espacial é limitada devido a alguma libertação de pó e partículas, o que os torna pouco práticos para a ESA", destaca a UC.

O novo aerogel, assegura, "não liberta pó nem qualquer tipo de partículas e mantém todas as propriedades da anterior geração de aerogéis".

Considerando que a montagem de qualquer componente espacial é efetuada em "salas limpas, que têm de cumprir vários critérios, sendo um deles a contaminação por partículas que é definida em várias classes, a libertação de pó e partículas é crítica, mesmo que o aerogel seja encapsulado, porque em caso de quebra ou rasgo acidental, o risco de contaminação continua a ser bastante elevado", nota a UC.

Para ultrapassar o problema, as equipas de investigação da Active Aerogels e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC) desenvolveram o projeto AerogelDustFree, orçado em 700 mil euros, financiado por fundos europeus.

Depois de testarem várias estratégias de síntese, "com o objetivo de reduzir a libertação de pó e partículas" e obter um aerogel "limpo", os especialistas concluíram que "a combinação de poliimidas (um tipo de polímero muito forte e resistente) com sílica, material já usado nos atuais aerogéis produzidos pela empresa", se revelou uma fórmula de sucesso.

Das várias experiências já realizadas em laboratório, o desempenho deste novo aerogel híbrido tem "cumprido o objetivo, ou seja, o novo aerogel não liberta pó nem qualquer tipo de partículas e mantém todas as propriedades da anterior geração de aerogéis", garante, citada pela UC, Marta Ochoa, responsável pela área de investigação e desenvolvimento da Active Aerogels.

Descoberta a fórmula certa, os investigardes vão agora "avançar para novos testes, tendo em vista a otimização do processo, e posteriormente prosseguir para a fase de 'scale-up' de forma a conseguir produzir aerogéis nas dimensões necessárias à aplicação final", adianta.

Os novos aerogéis 'limpos' irão permitir "aumentar a maturidade do produto e, assim, o seu potencial de mercado, não só para espaço como para a aeronáutica e até mesmo para a construção civil", acrescenta Fábio Silva, responsável de vendas da Active Aerogels.

A empresa tem ainda em curso o projeto AGIL (AeroGel In Line), financiado também por fundos comunitários em cerca de 460 mil euros por fundos europeus, para "fabricar aerogel em sistema contínuo, de modo a aumentar significativamente a quantidade produzida e consequentemente baixar os custos associados ao seu fabrico".

Apesar de o aerogel ser bastante conhecido como excelente isolante térmico, a sua disponibilidade no mercado é ainda bastante reduzida, mas o projeto AGIL pretende "confirmar que é possível solucionar este problema através da investigação e desenvolvimento de uma linha de produção de aerogel em contínuo".

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