Ancara chama embaixador alemão para protestar contra manifestação
O Governo turco convocou o embaixador alemão em Ancara para se queixar da manifestação de curdos no sábado em Frankfurt, durante a qual se exibiram símbolos do extinto Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), foi hoje anunciado.
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Mundo Frankfurt
Em declarações à CNNTurk, o porta-voz da presidência da Turquia, Ibrahim Kalin, afirmou que "sob o pretexto do Newroz - a festa da primavera dos curdos, que se celebra em 21 de março - levaram bandeiras e cartazes de uma organização terrorista, num comício 'pela liberdade e contra a ditadura'".
"É algo diretamente relacionado com a Turquia e o referendo", sublinhou Kalin, numa alusão ao referendo de 16 de abril durante o qual a Turquia votará se entrega todo o poder executivo ao Presidente, reforma desenhada pelo próprio chefe de Estado, Recep Tayyip Erdogan, e apoiada pelo partido no Governo, o islamita AKP.
"Dissemo-lo às autoridades alemãs e não deram qualquer resposta, e por isso no sábado à noite chamou-se o embaixador alemão ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e condenámos aquilo da forma mais severa", disse o porta-voz.
"Sujam o nome do Newroz, que também é uma festa nossa", afirmou Kalin, sublinhando que a Alemanha tinha vetado há apenas dias, a pedido da Turquia, a exibição de retratos do fundador da guerrilha, Abdullah Öcalan, que foram mostrados de todas as formas durante a manifestação.
Não só Ancara, mas também a Alemanha e a União Europeia (UE) consideram o PKK uma organização terrorista, apesar de nas manifestações de curdos de esquerda na própria Turquia ser relativamente habitual a exibição de fotografias de Öcalan, preso desde 1999 com uma sentença de prisão perpétua, na ilha turca de Imrali.
No sábado, as autoridades anunciaram a autorização oficial para a celebração do Newroz em Diyarbakir, a 'capital' das regiões curdas da Turquia, um evento a que costumam assistir milhares de pessoas.
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